O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – (Sem revisão do orador) – Sr. Presidente, nobre Vereador Dalton Silvano, Srs. Parlamentares, nobre Vereador Netinho, Líder do Governo; nobre Vereador Carlos Alberto Bezerra, Líder do meu partido; cidadãos presentes na galeria, meu amigo Anderson que pertence ao movimento de moradores da população de rua.
Nesta minha primeira fala, no Plenário do Palácio Anchieta, agradeço os 32 mil eleitores que depositaram em mim a sua confiança, o seu carinho, o seu respeito, acredito eu, fruto de mais de 14 anos de militância como servidor público federal, estadual e municipal. Fui Secretário Nacional do Programa Bolsa-Escola; fui Secretário da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo; e mais, recentemente, fui Secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Sem dúvida, a Secretaria que me impôs o maior desafio da minha vida pública, o desafio de combater a brutal desigualdade social da cidade de São Paulo. Talvez a maior desigualdade social do mundo num mesmo território, com mais de 1,5 milhão de pessoas que vivem na linha ou abaixo da linha da pobreza, e mais de 3 milhões de pessoas pobres que vivem num mesmo território, convivendo lado a lado, com uma imensa discrepância de recursos, de anseios, de desejos.
Nestes meus primeiros cinco minutos nesta tribuna, quero abrir mão do meu discurso inicial sobre o meu papel nesta Casa nos próximos quatro anos para abordar um tema que nos aflige e está mais próximo. Nesse sentido, aproveito para agradecer ao nobre Vereador Donato que desta tribuna exerceu seu tempo falando de um grave problema dos tempos modernos, do problema do tráfico de drogas nas principais e maiores cidades do mundo. O Estado vem se organizando para combatê-lo, mas é preciso que a sociedade, que os seus parlamentos, que as suas lideranças comunitárias, que as suas lideranças políticas tratem o assunto com absoluta seriedade, com absoluta precisão para não corrermos o risco de cair num debate demagógico.
Digo isso, Sr. Presidente Dalton Silvano, evidentemente, à luz dos últimos acontecimentos na Favela Paraisópolis, região tão importante para a cidade, uma região que está impressa na capa do meu livro O Futuro no Presente, com foto de autoria do fotógrafo Tuca Vieira, mostrando um prédio, com piscina em cada andar, lado a lado com a Favela Paraisópolis.
Na minha opinião, a maior expressão da brutal desigualdade social que há na cidade de São Paulo. E talvez, naquela região, a mais próxima dos olhos da imprensa, por exemplo.
A mesma operação que o nobre Vereador Donato mencionou aqui – saturação –, já realizada uma vez, e iniciada a segunda vez agora, foi feita na região Norte de São Paulo, na região do Jardim Elisa Maria – região do nobre Vereador Claudinho –, na região da Brasilândia, com absoluto e enorme sucesso do ponto de vista de seu objetivo: desarmar a população, levar paz e equidade social no que diz respeito à saúde, educação, cultura e esporte àquela população.
Nesse sentido, temos de discutir o tema de desenvolvimento social nessas áreas – como foi feito no Jardim Elisa Maria, com enorme sucesso, porém sem a mesma repercussão. Talvez pela distância geográfica e territorial que existe entre o Jardim Elisa Maria, na Brasilândia, e a favela de Paraisópolis, colada no Estádio do Morumbi.
Sr. Presidente, as ações que a Prefeitura e o Estado têm em Paraisópolis são inéditas na cidade de São Paulo.
Termino meu tempo dizendo o seguinte: estamos investindo, Estado e Prefeitura, nos últimos quatro anos, 1,5 bi de reais para que aquele território possa ser definitivamente urbanizado, para que possa ser, definitivamente, um local de convivência pacífica, com a criação e inauguração do CEU, com a criação da Fatec, com a criação da perimetral que está sendo construída, com a AMA e os demais investimentos de urbanização naquele território.
Portanto, se o nobre Vereador Donato quer discutir o assunto “Paraisópolis”, ou a violência em São Paulo, terá de discuti-los com muita seriedade, despido de qualquer demagogia.
Muito obrigado.