O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, telespectadores da TV Câmara São Paulo, agradeço ao nobre Vereador Aníbal de Freitas pela cessão de tempo, e em nome da Bancada do PSDB aproveito para apresentar uma moção, com o nome técnico: Moção de Aplauso, pelos 11 anos do extraordinário legado político deixado pelo ex-Governador Mário Covas:
Considerando que na data de 8 de março de 2001, o Brasil perdia Mário Covas.
Considerando a história e o significante legado político deixado por essa personalidade pública que prestou relevantes serviços ao País, a sociedade e a Cidade de São Paulo.
Considerando que Mário Covas se tornou conhecido por ser íntegro, corajoso, líder competente e reconhecido por todo povo brasileiro, os 40 anos de sua trajetória política.
Considerando que o nome de Mário Covas, por si só dispensa comentários a Bancada do PSDB nesta Casa, vem por meio desta Moção propor ao Egrégio plenário, na forma regimental que seja manifestado os votos de aplausos pelos 11 anos do extraordinário legado político deixado pelo Governador Mário Covas.
Na data de 6 de março de 2001, o Brasil perdia Mário Covas, um dos políticos mais preparados, corajosos, dignos e competentes que já conhecemos. Mário Covas é o nome que passou a história do País como sinônimo de ética, firmeza e integridade. O fortalecimento da nossa democracia deve muito ao espírito público de Covas. Mário Covas acreditava no povo e o defendia sempre. Teve uma trajetória política brilhante. Foi vice-Presidente da União Nacional dos Estudantes, Deputado Federal por três vezes, fundador do MDB e depois do PSDB do qual foi presidente; Secretário de Estado do Governador Franco Montoro; Prefeito de São Paulo; Senador eleito com mais de 7milhões e 700 mil votos e finalmente Governador do Estado de São Paulo, reeleito em 1998 com 9 milhões e 800 mil votos. Um orgulho para todos nós paulistanos. Um orgulho para todos nós paulistas.
Sua dedicação a política e a história desse País, deve servir de exemplo para todo homem público. E meu exemplo, Mario Covas! Lutou contra a ditadura, motivo pelo qual teve seus direitos políticos cassados. Seus 33 meses a frente da Prefeitura paulistana foram suficientes, como ele mesmo dizia para, abre aspas: encurtar as distâncias socias, fecha aspas, na nossa Cidade.
Ele tinha absoluta prioridade em obras e serviços na periferia, como os mutirões para construção de guias e, posterior, pavimentação de ruas; a instituição do passe gratuito no transporte coletivo para os idosos – iniciativa pioneira no País.
Aliás, Sr. Presidente José Police Neto, faço aqui um parêntese, pois V.Exa. conheceu tão bem Mário Covas, que tinha uma dedicação especial aos idosos, sabia da importância deles, antevia o futuro, era o futuro no presente, trazendo para o presente a preocupação de que o País envelhecia, desde aquela época, e era preciso ter um olhar especial, integrado e ativo para o envelhecimento saudável. Esse era Mário Covas.
No Senado, em 1986, foi o grande articulador das Comissões temáticas, que garantiram a participação democrática de todos os segmentos organizados da sociedade na elaboração da Constituição Federal, a nossa Carta Magna, de 1988.
Faço outro reparo, a bem da verdade: Mário Covas nunca se conformou com o fato de o PT, Partido dos Trabalhadores, não ter assinado a Constituição da Repúblic, nunca se conformou por ter sido um dos articuladores daquele momento político e que, sabendo da sua importância, como momento histórico, ter assistido a uma pecuinha política, e o Partido dos Trabalhadores não ter assinado a Constituição da República Federativa do Brasil.
Em 1995, Mário Covas assumiu o Estado de São Paulo em condições falimentares, praticamente, quebrado. Ao contrário do que disse aqui o interlocutor recente do Partido dos Trabalhadores, nunca participamos dos governos anteriores. O primeiro governo do Estado de São Paulo pelo PSDB é com Mário Covas.
Em 1995, assumimos um Estado falido, Sr. Vereador Natalini, V.Exa. se lembra disso. O ajuste fiscal corajoso e determinado e a modernização da gestão praticada por Mário Covas a frente do Governo de São Paulo foram, além de fundamentais para reerguer a máquina administrativa estadual, um dos fatores de êxito do Plano Real e a consequente estabilidade econômica conquistada pelo País, com o esforço do Sr. Presidente Fernando Henrique Cardoso. Foram os Srs. Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas que deram ao País a estabilidade tão necessária: a estabilidade econômica.
Digo isso porque, sem o Estado de São Paulo, não seria possível termos o Plano Real funcionando; temos a estabilidade da moeda e a estabilidade econômica.
Como dizia Mário Covas, era preciso, naquele momento, tirar os esqueletos do armário, tirar as dívidas e todo tipo de malversação de recursos que havia sido realizada até aquele momento.
Covas que relançou o Estado de São Paulo no caminho do desenvolvimento econômico e social, trilha seguida, depois, por seus sucessores Geraldo Alckmin e José Serra. Esse é o Governo do PSDB, o Governo Tucano, o qual tem compromisso e, acima de tudo, respeito pela população: não mente, faz. Faz com competência e com honestidade.
Mário Covas deixou esse legado de coragem para enfrentar e, na adversidade, três palavras mágicas: enfrentar, enfrentar, enfrentar. Enfrentar para vencer! É assim que pensam os tucanos.
Desferia estas frases memoráveis, que condensavam seu pensamento político: em um de seus discursos, no ato em defesa da Cidade e da democracia, em outubro de 2012 (?), disse, abre aspas: e quando falo em seriedade, não falo em honestidade, vou mais longe do que isso: falo em integridade, falo na capacidade de que cada um tem de conduzir, de forma adequada, em cada circunstância, em cada momento, fazendo com que a política seja colocada num plano superior a cada um dos políticos. Ao fazermos isso, nós, certamente, estamos contribuindo para a ética na política.
Esse era o Mário Covas, ficha limpa lá atrás.
Tenho certeza de que Mário Covas faz falta. Faz falta no atual cenário político, como oposição que seria, sem dúvida alguma, à bandalheira que corrompe as estruturas federais no Brasil; à corrupção que permeia; à falta de vergonha na cara que temos hoje por parte do Governo Federal e de outros governos estaduais.
E Mário Covas ia mais longe ao propagar que seriedade é obrigação do homem público. Defender o interesse público é obrigação do homem público. Era necessário ter ética: ser sério e ter integridade moral. E dizia: “Enfrentar, lutar e vencer”, verbos que têm a cara de Mário Covas. Ele deixou uma marca indelével para sua época e deixa, até hoje, para os jovens políticos. Nós, que na época, fazíamos parte da juventude do PSDB, orgulhamo-nos por termos defendido o Governo Mário Covas junto com o Presidente Fernando Henrique: dois grandes governos, dois grandes estadistas que este país recebeu.
Hoje, nos inspiramos em seu legado, ação, moral, ética, em seu espírito público, características que faltam hoje para a grande maioria dos homens públicos neste país.
Assim sendo, solicito, Sr. Presidente, o encaminhamento de cópia dessa moção de aplausos da bancada do PSDB, à família de Mário Covas Jr., de Mário Covas Neto, à Renata Covas Lopes, ao Sr. Secretário Bruno Covas Lopes e ao Presidente da Fundação Mário Covas, Jornalista Osvaldo Martins.
Concedo aparte ao nobre Vereador Juscelino Gadelha.
O Sr. Juscelino Gadelha (PSB) – Muito obrigado, nobre Vereador Floriano Pesaro, pelo aparte.
Sei da importância de V.Exa. na defesa do Projeto de Lei a respeito da ficha limpa, porque é uma matéria que defendemos há muito tempo e a opinião pública é sempre muito favorável.
A Casa abriu suas contas à sociedade paulistana. Mas tive algumas decepções no transcorrer do processo. Fiquei muito triste porque, no dia em que a Casa abriu suas contas, a única entidade presente foi a Voto Consciente.
O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Havia, também, o Movimento de Combate à Corrupção – MCC.
O Sr. Juscelino Gadelha (PSB) – Sim, mas naquele dia a única entidade presente foi a Voto Consciente e esta Casa restou vazia enquanto o Presidente, nobre Vereador José Police Neto, apresentava à sociedade paulistana a abertura das contas, colocando a situação das finanças.
Isso é muito triste porque a sociedade cobra tanto, mas não participa!
O mesmo está ocorrendo com o Projeto da Ficha Limpa no Município de São Paulo. Na audiência pública só estavam presentes 20 pessoas! A sociedade tanto quer, mas não participa. Acredito que seja mais uma questão da Imprensa, de colocar a importância, mas a população em si não se envolve na proposta.
Sou inteiramente favorável em relação à questão de abrirmos nossas contas e da Ficha Limpa, mas a sociedade não participa de forma muito ostensiva. Em tantas outras audiências públicas notamos que a população lota as galerias, mas para essa questão que é tão importante, a Casa ficou vazia.
O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Muito obrigado, nobre Vereador Juscelino Gadelha.
Sr. Presidente, nós, do PSDB, não nos consideramos os arautos da moralidade pública. Não é isso. Mas trabalhamos com seriedade. Quando algum Vereador do PT vem à tribuna falar sobre os governos do Estado de São Paulo, deveria citar Franco Montoro, que não era do PSDB, era do PMDB, mas foi um celeiro que produziu personalidades como Mário Covas, Geraldo Alckmin, José Serra, Clóvis Carvalho e outros tantos. Aliás, fui da juventude ligada ao Montoro, que foi talvez um dos maiores estadistas da história recente do Brasil. Tudo que se fala hoje sobre políticas de inclusão para negros, mulheres, movimentos da diversidade, GLBT, isso tudo já era dito lá atrás por Montoro, as políticas de inclusão, até cota se discutia na época. Não há nenhuma novidade.
Depois, no PSDB, tivemos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra. O Vereador que me antecedeu, do PT, falou do Governo Quércia – Fleury. Não foram Governos nem de perto como os Governos Tucanos. É que o PT mente, quer insistir nessa tese, não cola porque o povo não é bobo. O povo sabe que Tucano era Mário Covas, era José Serra, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso e Montoro, que veio da Democracia Cristã para o PMDB e depois para o PSDB como Deputado Federal.
Então não adianta enganar o povo. Não adianta insistir na mentira para que um dia se torne verdade, porque não se tornará. Quando falar do Governo de São Paulo, primeiro, fale com respeito pelas coisas que o Governo tem e faz, porque o Governo de São Paulo tem respeito pelas pessoas, porque o Governo de São Paulo é ilibado, um Governo que faz, por exemplo, a extensão do que foi feito no transporte metropolitano, a qualidade dos serviços prestados pelo Poupa Tempo, Dose Certa, Escolas Técnicas Estaduais – Fatecs e Etecs, então fale com respeito.
O Sr. Agnaldo Timóteo (PR) – V.Exa. permite um aparte?
O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Nobre Vereador Agnaldo Timóteo, meu tempo está esgotado. Agradeço e concederei aparte numa próxima oportunidade.
Para encerar, Sr. Presidente, nobre Vereador José Police Neto, solicito que V.Exa. defira o pedido de encaminhamento desse meu discurso à família de Mário Covas e também, após a aprovação dos nobres pares, da moção de reconhecimento pela data que marca os 11 anos de falecimento do ex-Governador Mário Covas.
Muito obrigado.