O discurso que mais me realiza e define é um em que falo de meu orgulho de ser político. Um texto que explicita minha opção por esta profissão tão profanada por tantos e tantos profissionais que esquecem que a missão de um político convicto e sério surge do sonho de multiplicar o bem possível, de harmonizar direitos e deveres de cidadania.
Hoje, aqui, quero falar do meu orgulho de defender o Estado de Israel. Este é meu direito e dever, oriundo de minhas raízes, mas também de minhas convicções.
Vou curvar-me à sabedoria de tantos aqui presentes e não discorrerei sobre os possíveis caminhos políticos, históricos e geopolíticos para esta defesa, mas falarei mais deste intrínseco dever que transcende minha geração.
Falando nesta nova era de modernidade, sabemos que ela tem sido uma época maravilhosa para os judeus, mas também uma época horrível para os judeus. Basta olhar pra o século XX, o surgimento do Estado de Israel e o Holocausto, o melhor e o pior. Em geral, a modernidade trouxe oportunidades, em várias localidades do mundo, de fazer parte de uma parcela maior da sociedade. E também trouxe um nível de anti-semitismo e assimilação com um alcance jamais visto antes em nossa história.
Com este panorama presente, a centralidade do Estado de Israel para os judeus torna-se cada vez mais imprescindível. Este país que, como tantos outros, nasceu de condições históricas e sociais que demandavam sua criação, mas que, como nenhum outro, é ainda contestado apesar de sua realidade florescente.
Como bem sabemos, a intolerância com nosso povo vem de outra época e isto significa que o judeu e o judaísmo devem encontrar a fórmula mágica, aquele mágico caminho do meio que nos permita ser autênticos e verdadeiros. Sem inventar as coisas do zero, ou fazer coisas porque são “convenientes” no momento, mas algo convincente, autêntico, profundo, intenso, alegre e que derive do antigo pacto da tradição judaica.
É deste lugar que brota meu direito e meu dever de defender o Estado de Israel.
Falo da defesa de nosso direito absoluto de sobrevivência como nação, como povo e como religião. Falo da defesa de um território que possa conviver em paz com seus vizinhos, mas que tenha a prerrogativa inabalável da própria segurança. Falo da defesa de um país que deve ter o diálogo como princípio, mas recusar atos unilaterais que solapem a possibilidade de composição global.
Porém, Deus sabe que enfrentamos desafios agora mesmo em Israel e outros lugares que são intimidadores. Alguns dias, acordamos e lemos os jornais, cobrimos o rosto e pensamos, como será possível enfrentar estes desafios? Para tanto, a harmonia com nossos vizinhos é fundamental.
O desafio dos israelitas bíblicos de então e o desafio dos filhos de Israel, nós, agora, é garantir a prática de preceitos valiosos de nosso povo, como a busca da paz, o exercício da bondade e a prática da justiça social.
Sim, afirmo aqui, eu defendo e creio que todos defendemos e buscamos a paz, mas nossa coerência e sentido de justiça obriga-nos também a ter uma visão clara e crítica do que queremos.
Muito Obrigado!