O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Sr. Presidente, Srs. Vereadores, continuando a falar sobre o tema do Orçamento, apesar de não fazer parte da Comissão de Finanças e Orçamento desta Casa, tenho acompanhado e lido a peça orçamentária, enviada pelo Executivo. Neste momento, faço coro com os pronunciamentos dos meus colegas, inclusive do Vereador Chico Macena, em relação à questão da mobilidade urbana em São Paulo, especialmente quanto ao planejamento. Aliás, já deveria estar claro qual é o plano que a cidade tem, sob o ponto de vista de mobilidade, a partir das dotações previstas no Orçamento para 2011. Não obstante à questão de transporte coletivo de massa, como ônibus e corredores, o que me surpreendeu foi a falta de recursos e investimentos na área de ciclovias, de transporte alternativo. Também estou falando de pessoas que se locomovem como pedestres na cidade.
Nesse sentido, temos discutido com movimentos sociais organizados, que trabalham com esse tema. Este momento parece ser o mais importante do debate. O governo mostra a sua prioridade por meio do recurso que coloca nas rubricas orçamentárias em diversos departamentos e secretarias.
Como bem observou aqui o Vereador Chico Macena, temos uma dificuldade muito grande em chegar a qualquer estratégia que o Governo Municipal tem hoje para a questão da mobilidade urbana, especialmente quando se trata de pessoas que se deslocam sem a utilização de veículos motorizados. Aqui, em especial, o nosso foco de debate é de ciclistas, cadeirantes e pedestres, especialmente. Nesse sentido, estamos propondo uma Frente Parlamentar, pedindo apoio a todos.
Numa conversa com o Vereador Chico Macena, chegamos à conclusão de que seria interessante realizarmos essa Frente. Ela só teria sentido se mais vereadores concordassem em ser signatários dessa proposta. Criaríamos a Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Humana. Estou falando de algo mais amplo do que somente o transporte. Deveríamos pensar o desenvolvimento socioeconômico ambiental regional, para que pessoas se desloquem menos, ganhando tempo para realizarem outras tarefas. Isso resultaria uma qualidade de vida, na medida em que pessoas ficariam menos tempo no transporte. Assim, haveria mais tempo, para que as pessoas possam trabalhar, estudar, namorar e morar no mesmo bairro ou em bairros próximos.
Assim, fica o convite para que todos os Srs. Vereadores – principalmente, agora, o Vereador Celso Jatene – possam fazer parte também dessa Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Humana. Ou seja, queremos discutir quais são os planos de desenvolvimento local e regional na cidade de São Paulo, à luz do Orçamento ora apresentado; queremos discutir quais são as estratégias de deslocamento não motorizado na cidade de São Paulo para milhões de pessoas que todos os dias andam a pé em nossa cidade.
Tivemos no último dia 22 de setembro o Dia Mundial Sem Carro, lembrando sempre que vale para aqueles 30% que são motorizados e que poderiam, pelo menos um dia no ano, deixar seus carros em casa e tentar buscar formas alternativas de locomoção. Mas lembro que 70% já vão de formas alternativas de locomoção, porque não têm carro ou não usam o carro no dia a dia.
A ideia nossa na Frente Parlamentar é pensar de fato alternativas que sejam inteligentes, que sejam planejadas e que tenham recursos alocados. É inadmissível que uma Peça Orçamentária chegue a esta Casa – depois de muitos anos de discussão em relação à questão das ciclovias, com todo o movimento de cicloativistas, com a presença nesta Casa ao longo dos últimos anos da Vereadora Mara Gabrilli, que tanto fez também pela questão das calçadas e da mobilidade para cadeirantes, entre outras coisas – sem haver recursos alocados para esse tipo de transporte, para esse tipo de locomoção.
Portanto, enfatizo o convite para que o Presidente Dalton Silvano e todos os Srs. Vereadores possam participar – junto comigo, com o nobre Vereador Chico Macena e os demais membros – da Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Humana.
Muito obrigado, Sr. Presidente.