O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Sr. Presidente, Srs. Vereadores, cumprimento todos os amigos da TV Câmara. Quero, Sr. Presidente, neste meu discurso no Pequeno Expediente, falar mais uma vez sobre o holocausto, porque aprovamos nesta Casa, por unanimidade, o dia 27 de janeiro como o dia em memória às vítimas do holocausto. Sobre as vítimas do holocausto é preciso ressaltar que não foram somente os judeus, mas também os homossexuais, negros, gente do leste europeu, pessoas que tinham outros credos, pertenciam a outras raças, enfim, o holocausto foi, sem dúvida nenhuma, o pior momento da história recente da humanidade.
Esta Câmara, ao instituir um dia municipal em memória às vítimas do holocausto, permitiu que fizéssemos a abertura, na última segunda-feira, de uma exposição na sede do Governo Municipal, Edifício Matarazzo, com fotografias, depoimentos. Aproveito para convidar todos os presentes. É uma exposição aberta, gratuita e que deve ser conhecida por todos, inclusive crianças e adolescentes da nossa rede de educação municipal.
Essa é mais uma iniciativa nossa com Sherit Hapleitá e a Federação Israelita do Estado de São Paulo. As pessoas que visitarem a exposição terão contato com fotos e documentos alusivos ao holocausto, um acervo que pertence a quem viveu a história na própria pele: Ben Abraham. A exposição é uma autêntica aula de história. Por que dessa exposição?
O presente ensina o passado para possibilitar um futuro. O holocausto existiu, sim, o holocausto foi uma carnificina que ceifou a vida de milhões e milhões de pessoas. Sim, a intolerância, o racismo, o fascismo levaram à destruição.
É dever de todo cidadão de bem educar as gerações que pouco contato tiveram com a hecatombe nazista, sobre a qual a extensão do mal cometido naquela época de total exceção da humanidade.
É através da memória, da narrativa, da lembrança daqueles poucos ainda presentes para contar em primeira mão sobre suas famílias, pais, irmão, tios, amigos, todos perdidos para a barbárie, que poderemos explicar e prevenir outras selvagerias. Neste mundo da informação, seria até ofensivo menosprezar o poder da lembrança dos fatos como instrumento de educação e fomento da tolerância. Por isso o valor capital de todo e qualquer fato, data, exposição, marco que pontuem esse genocídio ocorrido logo ali, na esquina de nosso passado.
A verdade é que não me canso de citar Eisenhower. Quando o Supremo Comandante das Forças Aliadas encontrou as vítimas dos campos de concentração, ficou estupefato pelas cenas inimagináveis de desumanidade e alertou sobre a necessidade fundamental do registro da tragédia para que a memória se eternizasse.
Ele disse: “Que se tenha o máximo de documentação – façam filmes – gravem depoimentos – porque, em algum momento ao longo da história, algum idiota vai se erguer e dizer que isto nunca aconteceu”.
É esta a nossa missão. Impedir que qualquer mentecapto sequestre a verdade da História e convença jovens incautos e despreparados de que o Holocausto não existiu. Para que não apareçam idiotas ingênuos ou mal intencionados, nós contamos sobre os milhões assassinados nos guetos e nos campos de concentração. Escrevemos sobre os que vagaram pelos bosques e os que se esconderam em sótãos e em porões.
Para que nossa juventude possa compreender até onde o mal pode ir, passamos filmes e expomos fotos daqueles que todos que morreram de fome e de sede, ou sufocados até a morte em vagões de carga, ou nas câmaras de gás, ou mortos a tiros, enterrados vivos, ou cremados.
Para cada pessoa que possa ouvir, nós repetimos: sim, o holocausto existiu; sim, o holocausto foi uma carnificina que ceifou a vida de milhões e milhões de pessoas; sim, a intolerância, o racismo, o fascismo levaram à destruição.
Lembrar para não esquecer. Projeto de lei de minha autoria que tramita nesta Casa institui na rede municipal de ensino a disciplina do holocausto. Trata-se de uma importante ferramenta para mostrar aos alunos o que foi esta barbárie. Conto com apoio dos membros da Comissão de Educação desta Casa para fazer tramitar este importante projeto que recentemente tornou-se lei em Porto Alegre.
Obrigado.