O candidato à Presidência da Republico pelo PSDB, José Serra, participou nesta segunda-feira (dia 21) da sabatina da Folha e UOL.
A sabatina é mais concorrida que a de Marina Silva (PV), semana passada. Na primeira fileira, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), o candidato tucano ao governo do Estado, Geraldo Alckmin, os candidatos ao Senado na chapa de Alckmin, Orestes Quércia (PMDB) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), o presidente do PPS, Roberto Freire, e o vereador Floriano Pesaro.
Leia o resumo do que disse Serra:
Tom da campanha
"Eu não faço ataques. Não encaro adversário como inimigo, mas é claro que é preciso esclarecer algumas coisas que são ditas", diz o candidato.
Campanha
"Acho a campanha uma atividade prazerosa", explica José Serra. O candidato diz que toparia fazer novos debates na Internet.
Banda larga
“Tenho dúvidas se é o melhor caminho”, diz o candidato sobre a criação de uma empresa nacional provedora do serviço.
Hugo Chavez
“Eu não vou ficar falando da vida dos outros. Dá maior confusão. Eu gosto da Venezuela, fui preso lá. Lidar com a Venezuela com relações externas normais”.
Morumbi na Copa?
“Por mim o Morumbi estaria na Copa […]. Acho que existe muita exigência [em relação aos pedidos feitos para estádios na Copa no Brasil]”.
Pena de morte
“Sou contra. Não defendo nem um plebiscito sobre o assunto”.
FHC
“Ele participará da minha vida”, responde o candidato ao ser questionado se FHC participará da campanha, complementando: “Se ele quiser, participa”.
Drogas
O candidato é contra a legalização das drogas no país
Ensino religioso
“Seria interessante ter uma disciplina de História das Religiões em escolas públicas”, opina o candidato.
Candidaturas avulsas
“Sou contra porque tem certas coisas que não têm como regulamentar”.
Voto obrigatório
“Eu preferiria voluntário”, responde o candidato no início do “pinga-fogo”.
Relações externas
Serra avaliza relação do Brasil com Cuba, diz que o bloqueio americano à ilha é "uma coisa odiosa", mas afirma que o respeito aos direitos humanos deve ser defendido pelo Brasil. "Se o Brasil votar para censurar a falta de direitos humanos em Cuba, vai votar sim", afirma.
Gabeira
“Foram coisas menores, até mal entendidos”, diz Serra sobre uma possível candidatura própria do PSDB e a desistência de apoiar candidatura de Gabeira (PV) para governo no Rio de Janeiro.
Aliança com Marina
“Eu até toparia uma tabelinha [com a Marina]”, diz Serra sobre alianças entre candidatos reforçando que também tem interesses em questões sobre o meio ambiente. “Eu me considero ambientalista e isso pode promover um entendimento político”, completa.
Pedágios nas estradas
“Muitas estradas teriam pedágio [caso o candidato vença as eleições]?”, questiona Fernando Rodrigues. Serra cita a aprovação dos usuários em relação à qualidade das estradas e defende que os insatisfeitos com a cobrança de pedágios em São Paulo entrem na justiça: "Tem contrato. Entra na Justiça. Se você ganhar, eu vou aplaudir. Pessoas e empresas têm que fazer valer suas posições", diz o candidato.
Copa do Mundo e Olimpíadas
“Vamos ter problemas com aeroportos”, diz Serra sobre investimentos públicos criticando a falta de parcerias público-privadas para a construção, por exemplo, de trens de alta velocidade que liguem aeroportos e centro de cidades.
Reforma previdenciária
Serra defende, sem entrar em detalhes, uma reforma previdenciária que não mexa em direitos adquiridos. Lembra de sua época de constituinte, em que diz ter defendido "um novo sistema, pra quem está nascendo hoje".
Ditadura
Serra relembra episódios da ditadura, seu exílio e combate a prisões políticas.
Casamento homossexual
Diferente de Marina Silva, Serra diz que é a favor da união civil entre homossexuais e adoção de crianças por casais gays.
Conclusão de mandato
“Tanto na prefeitura quanto no governo do estado eu cumpri minhas tarefas”, diz o candidato sobre a não conclusão de mandatos.
Convenção do PSDB
”Eu [Lula] sou o Estado, eu sou tudo”, explica Serra ao ser questionado sobre o que ele quis dizer quando comparou Lula a Luís 14 em seu discurso de oficialização de candidatura, no último dia 12, em Salvador.
Impostos
Nota Fiscal Brasileira, semelhante à Nota Fiscal Paulista, será um dos programas criados por Serra para tentar reverter o cenário dos altos impostos no Brasil.
CPMF
“[Volta ou não da CPMF] tem que ser discutida dentro de uma reforma mais ampla”, diz o candidato sobre se é a favor ou não da volta da cobrança do imposto.
Privatizações
"Isso é usado mais como terrorismo eleitoral, do que como realidade", diz, em referência a uma suposta intenção sua de privatizar empresas estatais. Sobre o Banco do Brasil, afirma: "Isso é terrorismo em estado puro".
Reeleição
Serra volta a afirmar que é contra a reeleição, mas que não vai transformar a ideia de administrar por 5 anos em programa de governo.
Propaganda antecipada
Sobre possível propaganda eleitoral antecipada feita pelo PSDB na TV, com a participação de Serra, o candidato diz que “a justiça vai julgar”. No entanto, volta a criticar o uso da máquina pública em campanha da adversária petista.
Dossiê do PT
Sobre suposto dossiê preparado pelo PT para espionagem do PSDB, Serra critica reação branda de Dilma Rousseff dizendo que “caberia uma medida mais dramática” feita pela candidata, inclusive ela deveria pedir desculpas publicamente.
Bolívia
Serra diz que a alegada “cumplicidade” é só um fator do problema. "São vários fatores". "Nada contra o povo boliviano. É um país que tenho muito carinho. Agora, que o governo lá faz corpo mole, faz", afirma.
Uso da máquina
Serra volta a criticar o uso do governo para candidatura de Dilma ao ser questionado sobre o crack. “Passam 7 anos anos e meio e pesquisa fala sobre o crack. Candidata volta a falar e governo faz um programa […] é uma tabelinha quase que perfeita do uso da máquina”.
Governo em SP
Candidato diz que acha que não é preciso ter uma marca, ao ser questionado sobre a falta de identidade em seu governo em SP. “Eu não acho que tenha que ter uma marca. A minha marca foi trabalhar muito”, responde.
Educação
Serra critica supostas declarações em blog feito pelo PT sobre fim de programas técnicos na educação se ele for presidente.
Bolsa Família
Serra diz que antes de ser presidente, Lula e o PT chamavam o Bolsa Família de Bolsa Esmola, em resposta a pergunta de Fernando Rodrigues sobre críticas de Sérgio Guerra ao programa.
Continuidade ou avanço?
“Sou o candidato do avanço”, afirma Serra