Ilustríssimo Sr. Presidente do Conpresp
Sr. José Eduardo de Assis Lefèvre
O ano mal começou e nós, paulistanos, nos vimos diante de uma possível situação de orfandade. Ouvimos estupefatos que o cinema Belas Artes, patrimônio cultural de nossa metrópole, ia ser desativado. Interesses imobiliários falavam mais alto do que a memória coletiva de nossos cidadãos.
Como legislador, entendo que proprietários de imóveis tenham suas demandas financeiras diante de situações de mercado, mas, por isso mesmo, foram criados órgãos como o Conpresp que avaliam a relevância de certos lugares como marcos culturais, ambientais e históricos da nossa cidade, para que seja possível preservar locais ícones de nossa cidade.
Desde 1943, a cidade tem se beneficiado desta sala de cinema. Porém, muito mais do que isso, a partir de 1967, o Belas Artes tornou-se sinônimo de cultura em São Paulo. Com suas várias salas e uma escolha conscienciosa de programação, o Belas Artes tornou-se agente e protagonista capital do calendário cultural do município. São anos e anos oferecendo opções de nível intelectual incomparável.
Nosso inconsciente coletivo relaciona imediatamente o Belas Artes com atividade cultural de nossa cidade. Portanto, perder este patrimônio será altamente prejudicial, tanto para os já assíduos frequentadores de sala tão prestigiosa, quanto para uma juventude que ora se forma, tão carente de símbolos culturais relevantes.
Numa era em que o livro já se torna escasso enquanto opção educativa e cultural, a possibilidade de manter salas de cinema com programação eclética e intelectiva é obrigação de nossa cidade.
Vamos utilizar todos os meios cabíveis para preservar a história e a cultura municipais.
Cordialmente,
Floriano Pesaro
Vereador