“Ao final da 2ª Guerra Mundial, ao ser libertado do campo de concentração, saí de lá alquebrado, esfarrapado, mas com uma certeza: de que, se sobrevivesse, mostraria para o mundo, até o final de minha vida, a barbaridade que havia acontecido ali”. Essas foram as palavras do presidente da Sherit Hapleitá e sobrevivente do Holocausto, Ben Abraham, em seu discurso na abertura da exposição “Holocausto Nunca Mais”, na Prefeitura de São Paulo.
O evento de abertura aconteceu nesta segunda-feira, 14 de março, com a presença do prefeito Gilberto Kassab, dos representantes do American Jewish Comittee (AJC), em visita ao Brasil, e de diversas lideranças da comunidade judaica que se juntaram ao público presente.
A idéia de trazer a exposição “Holocausto Nunca Mais” para o saguão da Prefeitura foi uma iniciativa do vereador Floriano Pesaro (PSDB), em parceria com a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e com a Sherit Hapleitá do Brasil, e tem como objetivo estimular a educação e tolerância.
A exposição “Holocausto Nunca Mais”, que circula o país há 40 anos, é composta por 52 painéis com fotos, textos e documentos que retratam os campos de concentração nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Ela teve espaço duas vezes no Congresso Nacional e foi exposta também no Centro Cultural de São Paulo. Já foi vista por cerca de 2 milhões de pessoas. Ainda este ano, em abril, está programada para ser exibida na Assembléia Legislativa de São Paulo.
“A cidade de São Paulo é referência e exemplo para todo o mundo. Aqui convivem fraternalmente membros das comunidades japonesa, libanesa, italiana, judaica e portuguesa, entre outros, todos ajudando a fazer do Brasil um grande país. Que a história do sobrevivente Ben Abraham sirva de referência a outros povos e nações do mundo para que aprendam com o passado e não permitam que atrocidades como essa jamais aconteçam novamente”, declarou o prefeito Gilberto Kassab.
“O prefeito Kassab está tornando esta cidade mais judaica. Hoje, reforço meu compromisso institucional e pessoal em levar adiante a memória do Holocausto e reforço o pedido para que este tema seja incluído no currículo de todas as escolas públicas de São Paulo”, frisou o presidente da Fisesp, Boris Ber.
“A memória é parte integrante da identidade do povo judeu e elemento fundamental de sua continuidade. A memória é o que pode salvar a humanidade. Esta exposição, na sede do Executivo municipal, localizado no coração de São Paulo, tem esse papel: de alertar e de não deixar esquecer”, ressaltou Floriano, autor da Lei 15.059, que instituiu no calendário oficial da cidade o dia 27 de janeiro como o Dia em Memória às Vitimas do Holocausto.
SERVIÇO
EXPOSIÇÃO HOLOCAUSTO NUNCA MAIS
DATA: de 14/3 a 1º/4, de 2ª a 6ª, das 8h às 18h.
LOCAL: no saguão da Prefeitura de São Paulo (Viaduto do Chá, s/nº – centro de São Paulo). Entrada franca.
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