Floriano Pesaro, sociólogo
Na última década, a relação entre Brasil e China tem se intensificado significativamente, refletindo-se em áreas estratégicas como comércio, investimento e energia. No último dia 5, a Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) celebrou os 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países, com um evento em São Paulo intitulado “Rumo a um Futuro Sustentável”. Este encontro, organizado pelo CEBC, teve como objetivo discutir a transição energética e a importância das fontes renováveis na luta contra as mudanças climáticas. Tive a honra de participar como palestrante neste evento, representando a ApexBrasil, e seu presidente Jorge Viana, onde discuti o papel crucial do Brasil na transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável.
O Brasil tem se destacado globalmente na transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável. Com cerca de metade de sua energia primária proveniente de fontes renováveis, o país está bem posicionado para se tornar um importante fornecedor de energias limpas. Dados de 2022 mostram que o Brasil foi o terceiro maior instalador de energia eólica no mundo, um feito que destaca o potencial da região Nordeste para se tornar um polo de geração de energia solar e eólica, devido à sua localização estratégica e condições climáticas favoráveis.
A perspectiva para 2050 é de que as fontes renováveis superem 70% da matriz energética brasileira, reduzindo significativamente a dependência de petróleo e gás natural. A biomassa, a energia eólica e a solar são as principais fontes que contribuirão para essa transformação, posicionando o Brasil como um líder na produção de energia limpa.
Os biocombustíveis avançados, como o diesel verde e o bioquerosene de aviação, conhecido como SAF, têm se mostrado alternativas viáveis para substituir os combustíveis fósseis, especialmente em setores de difícil eletrificação. A experiência do Brasil na produção de etanol e biodiesel oferece uma vantagem competitiva significativa, considerando a vasta disponibilidade de terras e os altos rendimentos agropecuários.
Outro destaque é o hidrogênio verde, que se posiciona como uma importante fonte de energia de baixo carbono. O Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), anunciado pelo Ministério de Minas e Energia, visa tornar o Brasil um líder global na produção e exportação de hidrogênio verde, aproveitando os baixos custos de produção previstos até 2050.
O segmento de Agropecuária, Florestas e Outros Usos do Solo é responsável pela maior parte das emissões brasileiras de gases de efeito estufa (GEE). A eliminação do desmatamento ilegal até 2028 é crucial para que o Brasil alcance a neutralidade em carbono até 2050. Soluções tecnológicas e mecanismos de financiamento são essenciais para a descarbonização dos setores de transporte, industrial e residencial, que são os principais emissores de GEE no país.
A ApexBrasil, sob o comando de Jorge Viana, desempenha um papel fundamental na promoção das exportações e atração de investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Em 2022, o Brasil foi o quinto destino global de Investimento Estrangeiro Direto (IED), com destaque para os setores de infraestrutura, tecnologia da informação e energias renováveis.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), liderado pelo Ministro Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, tem sido essencial na coordenação dessas iniciativas, reforçando a importância de um ambiente de negócios favorável e competitivo para atrair investimentos e expandir as exportações brasileiras.
Além disso, a diplomacia presidencial do presidente Lula tem contribuído significativamente para a expansão das relações globais do Brasil, promovendo acordos comerciais e parcerias estratégicas que fortalecem a posição do país no cenário internacional.
A liderança de Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, tem sido crucial nesse processo, orientando a agência na promoção de exposições e congressos nacionais e internacionais, como Intersolar Europe e Latam RE+, e no desenvolvimento de portfólios de projetos como o Brazilian Petroleum Partnership. Parcerias com o Ministério de Minas e Energia, Petrobras e outras entidades são fundamentais para o avanço da Nova Indústria Brasil.
A Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China 2024 reforçou o compromisso de ambos os países com um futuro sustentável. A transição energética, impulsionada por investimentos em energias renováveis e inovação tecnológica, é crucial para combater as mudanças climáticas e garantir um crescimento econômico sustentável. Com a liderança do Brasil em energias limpas, o apoio do MDIC, a nossa diplomacia ativa, e a orientação estratégica do Governo Federal, o caminho para um futuro mais verde e próspero está bem traçado.
Floriano Pesaro
COO e Diretor de Gestão Corporativa, ApexBrasil