Compartilho meu mais recente artigo postado na Revista CityPenha sobre a importância do voto e da escolha democrática, inclusive e principalmente, em tempos de crise. Leia, comente e compartilhe.
“O “pós-pandemia” depende do nosso voto
Ainda imersos nas urgências que nos trouxe a pandemia do novo coronavirus, seremos confrontados com um chamado às urnas, excepcionalmente, no dia 15 de novembro. À primeira vista, para nós cidadãos brasileiros que ainda estamos contabilizando perdas humanas e materiais em decorrência da pandemia, pode soar um impropério colocar como obrigatória a ida presencial a um colégio depositar nosso voto. Pois, viabilizadas as condições sanitárias e desobrigados os grupos de riscos, é justamente esse momento que nos dará a oportunidade de escolher quem e como queremos enfrentar o “pós-Covid”.
Falar sobre a importância do voto no cenário me parece obviedade, haja vista o cenário em que estamos, onde há quatro anos elegemos pessoas que se diziam “novas” para diversos cargos, e, hoje, elas demonstram, em sua maioria, a incapacidade de responder adequadamente aos desafios trazidos pela pandemia. Sabemos, à essa altura, que o voto tem um alto custo para as decisões que afetam nossas vidas – em que pese, já tivemos outras lições anteriores nesse sentido. Mais agudamente, o voto municipal, aquele que elege os prefeitos e vereadores, influi também no nosso cotidiano.
Nós não somos os únicos que terão o dever de exercer a cidadania em meio à pandemia. Na França, os cidadãos foram chamados por duas vezes às urnas, sendo a primeira delas no pico da pandemia. É claro que, com essa decisão, houve um risco sanitário que deve ser mitigado ao máximo possível, mas, ali, estava em jogo a escolha sobre quem iria lidar e tomar decisões urgentes sobre este grave momento para os franceses, neste caso.
Se do ponto de vista constitucional, não há precedente possível para o prolongamento biônico de mandatos confiados pelo povo, como chegou a ser sugerido, do ponto de vista prático a ideia também não me parece razoável. No Brasil, nos está custando muito a inexperiência que tomou os gabinetes pelo Brasil afora, inclusive muitas vidas. É necessário que consideremos o aprendizado coletivo que a pandemia está causando aos brasileiros com óbvias consequências eleitorais.
Os franceses não decidiram arriscar seus cidadãos no ápice da pandemia, senão pela certeza da importância de eleições municipais. Os poderes Executivo, prefeito, e Legislativo, vereador, são a ponta do sistema político mais próxima da população. O prefeito é o agente público empossado que responde pela zeladoria – asfaltamento, calçadas e limpeza urbana, por exemplo -, pelo atendimento de saúde, pelas creches e escolas de ensino básico, pelas medidas de trânsito locais, pela segurança urbana e por tantas outras atividades que impactam diretamente os cidadãos.
Já o vereador, por sua vez, é aquele empossado para representa-lo frente ao poder municipal, ele é a sua voz e seu olhar na política local, caro leitor. Esse é um representante estratégico, você deve pesquisar sobre seu candidato de modo a conhecê-lo bem, afinal ele será responsável, essencialmente, por duas missões que podem facilitar, ou dificultar, sua vida: criar, e aprovar ou rejeitar, Leis municipais; e fiscalizar o Poder Municipal, ou seja, as ações do prefeito e sua equipe.
Em termos práticos e objetivos, se num plano de asfaltamento municipal sua rua foi desconsiderada da relação de vias do seu bairro mesmo estando completamente esburacada, a melhor chance do seu pleito ser atendido é via um vereador. É ele que deve ser sua voz e protestar contra à medida que não lhe parece correta. Se você escolhe um vereador com uma pauta nacional, ou seja, desconectada da agenda do seu município, é provável que, no momento que mais precisar dele, ele não entenda a importância do seu pleito.
Por isso, é fundamental, novamente, pesquisar e conhecer aquele que terá a honra do seu voto, ainda mais num cenário de pandemia, onde a ação dos agentes públicos eleitos tem impactos profundos sobre como seremos, enquanto sociedade, no tão esperado “pós-Covid”.”
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