Floriano Pesaro, sociólogo
Nas últimas semanas, a tensão tem aumentado na Faixa de Gaza ao passo que a operação “Shield and Arrow”, ou Escudo e Flecha em português, tem sido empregada pelo Exército de Israel como resposta a centenas de foguetes que vinham sendo disparados da Faixa de Gaza indiscriminadamente contra comunidades israelenses ferindo civis inocentes. Com isso, Israel assume sua defesa e faz ataques pontuais a alvos específicos de grupos terroristas que perpetuam na região o caos e a violência.
Em cinco dias de combates, 34 palestinos foram mortos e um israelense foi tombado em virtude dos foguetes disparados pelos terroristas, número este que não foi maior graças ao Iron Dome, ou Domo de Ferro, sistema antimísseis que protege o território israelenses de foguetes terroristas, chegando próximo da total eficácia.
Das armas, nenhuma solução de paz e estabilidade será fruto. Isto é sabido e difundido largamente, apenas o diálogo e a concertação são capazes de fazer retroceder feridas tão profundas quanto às que perturbam a paz em Israel há décadas. No entanto, é preciso separarmos bem as diferentes táticas e os diferentes alvos dos ataques recentes que acabam por delinear regularmente o conflito entre a Jihad Islâmica e Israel.
Um exemplo disso foi trazido pelo diretor da organização StandWithUs Brazil, André Lajst, em recente post nas redes sociais em que mostrou imagens de um ataque israelense na Faixa de Gaza que teria provocado a fúria de líderes terroristas: tratou-se de uma explosão feita milimetricamente no apartamento de um dos líderes terroristas não atingindo nem mesmo os apartamentos vizinhos.
Podemos compreender que do ponto de vista dos terroristas, esse é um ataque com alto potencial destrutivo já que atinge um de seus líderes, no entanto, é de mínimo impacto para a população de Gaza. Há método, tecnologia e alvo certo com o intuito de desmobilizar ataques terroristas que pregam o fim do Estado de Israel, o que é ilegal.
Já do lado dos mais de 970 foguetes disparados contra Israel nestes últimos dias, não há nenhum dos três fatores: com baixa tecnologia, eles são mortais para civis e não tem alvos certos. Escolas, hospitais, residências ou estradas. Tudo e todos podem ser alvos do lado israelense da fronteira. Civis ou militares, sem distinção. Um verdadeiro ode à barbárie.
É preciso fazer mais uma distinção: este conflito não é entre israelenses e árabes, ou mesmo palestinos. Este conflito se dá a partir de atividades terroristas da Jihad Islâmica que tem uma única pauta: o fim do Estado de Israel em qualquer proporção e formato. Não se pretende reiniciar negociações para paz ou dar seguimento a qualquer entendimento.
A existência de Israel representa hoje não só o respeito à lei internacional e ao direito dos judeus, como povo nativo daquela região, de terem direito ao seu território de forma compartilhada e pacífica, mas também a única democracia pujante da região com liberdade de expressão, de convivência e de vivências diversas. O caminho para paz é o diálogo e sobre isso não existem dúvidas. O conflito na região de Gaza não é novo e se de fácil resolução fosse, certamente já não existiria. É nesse diapasão que sempre que um novo conflito emerge se faz urgente resgatarmos a veracidade dos fatos e diferenciarmos aqueles que estão dispostos a defenderem seus territórios e promoverem a paz daqueles agentes do caos guiados pelo extremismo e pela violência