IOM HA HAATZMAOUT
Israel faz aniversário. São sessenta e cinco anos.
Não há como escrever sobre esta data e deixar de citar o histórico discurso do presidente americano Barack Obama em Jerusalém nos idos de Março. Obama fez, com toda propriedade, uma ode ao estado hebreu.
Obama encantou-se com esta nação repleta de museus e patentes, que ostenta recantos sagrados ao lado das mais inovadoras empresas de tecnologia do mundo. Só mesmo em Israel ele poderia encontrar, ao mesmo tempo, os Pergaminhos do Mar Morto e o local de nascimento da tecnologia a bordo do robô que explora o planeta Marte. Israel, em 65 anos, alcançou 10 Prêmios Nobel. Israel ostenta a imprensa mais livre e ferrenha do Oriente Médio e a democracia mais bem estabelecida.
Mas Obama foi além. Ele cita a criação de Israel através da empreitada sionista como a resposta ao sonho de liberdade expresso através de gerações de acordo com o compromisso de Pessach a Pessach:
Avadim Hainu – Le Shaná Habá Be Ierushalaim – Escravos Fomos – O Ano que Vem em Jerusalém!
Como líder máximo de uma grande potência, o presidente americano reafirmou explicitamente o apoio americano ao direito inalienável de Israel em colocar sua segurança acima de tudo e defender seu povo de qualquer ameaça, citando nominalmente o Hezbolah como organização terrorista, o regime sírio de Assad e o Irã como perigos tangíveis e, passíveis de retaliações iminentes não só de nossa parte, mas dos Estados Unidos também.
Entretanto, Obama visualizou um cenário futuro de paz que deveria nortear o ideário de qualquer líder da região. Barack Obama considera que a paz na região é necessária, justa e possível. Necessária, pois é o único caminho para a segurança do país e para romper o isolamento na região e acabar com o ódio.
Citando-o literalmente, o presidente americano diz: “O único meio para que Israel se mantenha e floresça como estado judaico e democrático é através da realização de uma Palestina viável e independente. Dada a frustração na comunidade internacional, Israel deve reverter a contracorrente do isolamento. E dado o avanço da tecnologia, a única forma de proteger realmente o povo israelense é através da ausência da guerra – porque não existe muro alto o suficiente, e nem Domo de Ferro forte o suficiente que impeçam o inimigo de causar danos.”
A paz é justa. Embora várias facções palestinas tenham se voltado ao terror e não mereçam sentar à mesa de negociações; e a segurança seja o fator básico, inicial e imprescindível de todo princípio de tratado, devemos assumir a responsabilidade de entender os anseios do povo palestino.
E, finalmente, Obama diz, a paz é possível. O presidente americano imagina uma época em que nossos vizinhos poderão buscar recursos tecnológicos neste nosso país e estimular sua economia, criando perspectivas para seu próprio povo.
Israel, esta pequena faixa de terra, de tanta história, de tanta tragédia, tradição e inovação tem demonstrado que pode ainda ser muito mais. Com sua história e seu presente, Israel pode ser o modelo do futuro de toda uma região.
Dois dias mais tarde, Barack Obama, visitando o Yad Vashem, ainda disse: “Enquanto existir o Estado de Israel, o povo judeu estará salvo de outro genocídio.”
É alentador saber que o presidente democrata americano nos apoia incondicionalmente, porém, sabemos que podemos e devemos sempre contar com nossas próprias forças de defesa e de tecnologia, neste país que não cessa de surpreender o mundo.
Floriano Pesaro
Sociólogo e Vereador