Nesta terça-feira, 25 de setembro, comemora-se o Dia Nacional do Trânsito, mas o Brasil está longe de ter motivos de comemoração no setor. Somente no primeiro semestre deste ano, os acidentes de trânsito retiraram quase 40 mil pessoas do mercado de trabalho, segundo o Centro de Pesquisa e Economia do Seguro, da Escola Nacional de Seguros, com base nas estatísticas do DPVAT (seguro obrigatório). Foram 19,3 mil mortes e 20 mil casos de invalidez permanente, que provocaram uma perda de produtividade de mais de R$ 96 bilhões no período.
Segundo o deputado federal Floriano Pesaro (PSDB-SP), a mudança de cultura de trânsito ainda é um grande desafio. “O que falta é um planejamento mais articulado entre os diversos órgãos públicos e educação para o trânsito, que de fato possa dar mais segurança a todos. É um grande desafio que temos hoje”, afirma.
Para demonstrar a efetividade de políticas articuladas para redução de acidentes de trânsito, o deputado usa o exemplo dos programas de segurança realizados no Estado de São Paulo, graças aos quais o número de mortes em acidentes caiu de 4.093 entre janeiro e agosto de 2015 para 3.547 no mesmo período de 2018. Sob o comando do ex-governador Geraldo Alckmin e inspirado na “Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020)”, da Organização das Nações Unidas (ONU), o Estado criou o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito com objetivo de reduzir pela metade o número de vítimas fatais no trânsito até 2020.
O programa é totalmente articulado entre nove secretarias de Estado e as polícias, Corpo de Bombeiros, Detran e DER, e incluem investimentos em gestão da segurança viária, com ampliação da sinalização e iluminação; campanhas por veículos mais seguros e usuários mais conscientes sobre questões como uso de cinto de segurança e combinação álcool-direção; e resposta eficiente pós acidente. Além do uso de tecnologia que criou ferramentas inovadoras como o Infosiga SP, um banco de dados que reúne informações de acidentes, como faixa etária e gênero da vítima, tipo do veículo envolvido e perfil do acidente. Com ele, é possível traçar um diagnóstico mais preciso das características dos acidentes e planejar políticas públicas mais eficazes de prevenção, em benefício de toda a sociedade. E o Infomapa SP, que traz a posição geográfica das ocorrências com vítimas fatais no Estado, o período em que aconteceram (manhã, tarde, noite e madrugada) e o tipo de ocorrência.
Segundo Pesaro, iniciativas como essa são fundamentais para que haja planejamento e prevenção e de acidentes, salvando vidas e evitando perdas econômicas. “O PSDB mostrou como se faz isso em São Paulo e hoje o estado é um dos grandes exemplos”, afirma.
De acordo com o estudo da Escola Nacional de Segurança, 92% dos acidentados no País estão na fase economicamente ativa, de 18 a 65 anos, e 75% são homens. O Infosiga-SP mostra que 94,41% das vítimas fatais tem entre 18 e 24 anos.
Nesta semana, uma série de campanhas preventivas e de conscientização ocorre em todo País, com o objetivo de conscientizar sobre os cuidados básicos que motoristas e pedestres devem ter no trânsito. Levantamento do Ministério da Saúde divulgado aponta que, em seis anos, houve uma redução de 27,4% das vítimas fatais no trânsito das capitais. Apesar da redução, o Brasil está longe da meta estabelecida pela ONU, que prevê redução de 50% no número de mortes até 2020.
Com reportagem de Djan Moreno e foto de Alexssandro Loyola