Na última quinta-feira (29/10), o sociólogo, ex-Deputado Federal e ex-Secretário de Estado do Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, recebeu, das mãos do Vereador Daniel Annenberg (PSDB-SP), a Medalha Anchieta, a maior condecoração possível para um paulistano.
Estiveram presentes na mesa de autoridades, o ex-Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, o Prefeito de Barretos (SP), Guilherme Ávila, o Magnífico Reitor da Universidade Brasil, Felipe Sigollo, e a Diretora Executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), Mônica Sodré.
O evento seguiu as normas do Comitê Civil de Acompanhamento ao Coronavirus da Câmara Municipal de São Paulo.
Confira abaixo o discurso do homenageado, Floriano Pesaro, e clique aqui para conferir as fotos do evento:
“Boa noite a todas e a todos, é uma alegria imensa estar aqui nesta noite com vocês.
Quero agradecer a presença de todas e todos, presencialmente e virtualmente, e de todos aqueles que se dispuseram a compartilhar uma parte do seu tempo para participar deste que é um dos momentos mais importantes da minha vida – pessoal e pública.
Eu quero agradecer ao Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Vereador Eduardo Tuma, e ao meu Vereador Daniel Annenberg pelo carinho, pelo respeito e, especialmente, pela consideração. Isso não é pouca coisa.
É um reconhecimento que nem sei se mereço, mas que está sendo concedido a mim nesta noite por uma série de trabalhos, um conjunto de ações dos meus 30 anos de dedicação à vida pública, que fiz com amor, que fiz com disposição e com vontade de acertar. Por isso, talvez, considero que tenha feito muitas coisas boas.
Mas, ao me dedicar à vida pública, abri mão da minha vida privada, porque – apesar de compatíveis uma prevalece sobre a outra. A minha vida pública sempre prevaleceu sobre a minha vida privada. Dessa forma, eu quero aqui iniciar esse meu discurso agradecendo em primeiro lugar à minha família.
À minha esposa, Maria Eugenia, aos meus filhos, Rodrigo e Fernando, aos meus pais, Lucília e Giorgio, aos meus irmãos, Fabia e Eduardo, e aos meus primos.
A todos aqueles que me viram nascer e que conviveram comigo desde cedo. Estes, sim, sabem do meu caráter, da minha moral e o do meu profundo respeito pelas pessoas.
Todos aqui sabem porque eu decidi trabalhar e me dedicar à vida pública: é uma vocação no sentido mais Weberiano da palavra. Servir ao próximo, melhorar a vida da minha comunidade, da minha cidade e do meu país.
Quero agradecer também aos meus amigos, que sofreram também, ao longo desses anos pela minha ausência, o que se deu muitas vezes, pela falta de tempo e oportunidade de estarmos juntos, viajarmos, jantarmos ou, até mesmo, fazermos uma simples visita a casa um do outro. Por isso deixo aqui a todos eles o meu muito obrigado pela compreensão e por não terem desistido de mim!
Entre todos quero citar o Sandro Kuschnir, Rodrigo Kozma e Bruno Schurmann. Eles são os melhores exemplos dos meus amigos que sofreram com essa ausência, mas que nunca me abandonaram.
Agradecer, também, a todos aqueles que estiveram comigo ao longo dessa jornada de 30 anos. Eu realmente agradeço a todos os profissionais com quem eu tive a oportunidade de trabalhar. Pessoas incríveis que são, peço desculpas por muitas vezes não ter reconhecido a importância devida de cada um.
Tudo o que fizemos, fizemos juntos. Foi uma construção coletiva e de muitas cabeças. Por que não dizer também de muitas mãos? Afinal, muita gente se envolveu nos mais diversos programas públicos que criamos ao longo dessa longa jornada. E aqui estamos. Por isso, hoje quero transmitir a minha palavra de agradecimento, mais uma vez, a todas e todos que colaboraram pelo privilégio que tive de trabalhar com vocês, pessoas incríveis.
O início dessa jornada deu-se ao lado do presidente Fernando Henrique Cardoso em Brasília no ano de 1995 junto com o então ministro chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, e com o sociólogo – com quem aprendi muito – Eduardo Graeff. Assim formamos um time que trabalhou no Congresso e aprendeu a respeitar os parlamentares. Esse foi um trabalho incrível pelo qual conseguimos aprovar as mais importantes reformas constitucionais da ordem econômica do Brasil.
Foram muitas, mas lembro bem da aprovação da quebra dos monopólios do petróleo, das telecomunicações, do gás canalizado, da navegação de cabotagem, da reforma administrativa, da reforma da previdência, e, por último, da emenda da reeleição. Esta última mudou a história do Brasil.
Foram quatro anos de profundo aprendizado. Eu era muito jovem, é verdade. Com 26 anos cheguei a Brasília para ser assessor parlamentar da Presidência da República, ao lado do presidente Fernando Henrique Cardoso. Depois, nos quatro anos seguintes, tive a oportunidade – entre 1998 e 2002 – de trabalhar com uma equipe das mais importantes que já conheci.
Foi na área de educação, trabalhando ao lado do saudoso ministro Paulo Renato Souza, como diretor do Financiamento Estudantil – o FIES. Trabalhei ao lado da Professora Maria Helena Guimarães Castro, da Professora Iara Prado. Fui também mentorado pela amiga querida – imprescindível em todo início dessa vida pública – Professora Gilda Portugal Gouvêa. E é em nome dela que quero cumprimentar todas as mulheres com quem tive a oportunidade de trabalhar ao longo dessa jornada.
Foram anos de muito aprendizado, mas também de muita efetividade na política pública. Nesse período, sob a orientação e a batuta do ministro Paulo Renato – na minha visão o melhor ministro da Educação da história do Brasil – tive a oportunidade de criar e implantar o Fies, o Financiamento Estudantil, e o primeiro grande programa de transferência de renda do Brasil, o Bolsa Escola federal. Impactamos mais de 5 milhões de famílias e mais de 10 milhões de crianças em 5.570 municípios brasileiros. Foi o maior desafio, até então, da minha vida. Terminado o governo Fernando Henrique, voltei para São Paulo com a minha família e sem um destino certo.
Voltei com uma mão na frente e outra atrás. Contudo, trouxe na bagagem um enorme reconhecimento do trabalho que havia sido feito. Imediatamente, fui convidado pelo então secretário chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, Arnaldo Madeira. O Madeira já me conhecia e me acompanhava há muitos anos como líder do Governo Fernando Henrique em Brasília. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos na assessoria parlamentar e na liderança do governo no Congresso. Mas, mais do que isso, Arnaldo Madeira me conhecia porque estudei com a filha dele, Daniela Madeira, no Colégio Soma Ensino e Pesquisa.
Lá, ele me conheceu quando eu ainda tinha por volta de 12 anos. Então, Arnaldo me convidou para compor a equipe dele como secretário adjunto da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo. Um governo que se iniciava sob a liderança do Governador Geraldo Alckmin com quem eu tive o privilégio, durante dois anos, de despachar todos os dias – incluindo muitos finais de semana. Com o Governador Alckmin viajei muito, aprendi e conheci um dos homens mais dignos e mais corretos que se dedicou à vida pública. Como servidor, aprendi muito com Alckmin.
Assim como aprendi muito com Arnaldo Madeira, que sempre foi uma pessoa muito especial, sério, dedicado, honrado e preocupado com as políticas públicas, com seu monitoramento e com sua avaliação em busca de resultados para a população.
Esse foi um período rico de aprendizagem. Conheci o estado de São Paulo em todas as suas áreas e todas as suas demandas. Grande parte dos seus municípios. Neste período – que foi relativamente breve, mas intenso – Arnaldo Madeira me deu a possibilidade de ser, de fato, um executivo público aprendendo – e muito – com ele todos os dias. Nesses dois anos pude coordenar o Comitê Estadual de Política Social, que integrava as políticas públicas de educação, saúde, assistência social, trabalho, cultura e esporte. Além disso, tive também o privilégio de ter trabalhado na área da tecnologia da informação, como presidente do conselho da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo. Foi um tempo de profundo conhecimento e de muitas realizações ao lado do nosso competente Vereador Daniel Annenberg. Trabalhamos juntos na ampliação do Poupatempo, na criação do Poupatempo Móvel e na criação do e-Detran. Era a época do início dos aplicativos.
Construímos também as bases da transparência, do Governo Eletrônico e do Governo Aberto. Criamos a Bolsa Eletrônica de Compras – a BEC – que gerou uma economia imensa para o Estado de São Paulo.
Eu estava lá ao lado do Daniel, do Arnaldo Madeira e, todos nós, sob o comando de Geraldo Alckmin.
Mas, nunca me esqueço, que, em 2004, tivemos as eleições municipais em São Paulo em que o Senador José Serra, então candidato, disputou a Prefeitura de São Paulo pelo PSDB contra a então prefeita, Marta Suplicy.
Não pude participar ativamente daquela campanha, porque – como disse – estava no Governo exercendo funções de alta relevância, que me consumiam grande parte do tempo e da dedicação.
Mas, de coração, fiz campanha. Fiz e ganhamos a eleição! Serra eleito, começou a montar o seu governo. Nunca mais me esqueço da história contada por ele mesmo, José Serra, que – consultando a então professora Ruth Cardoso sobre quem deveria colocar na área do desenvolvimento social. Ruth, que me conhecia do governo Fernando Henrique, do Comunidade Solidária e da implantação da Bolsa Escola federal, disse, sem pestanejar. de forma direta e clara:
“Coloque o Floriano e ele poderá fazer diferença na sua gestão. Eu tenho certeza que ele fará a diferença na gestão social da cidade de São Paulo”.
E assim, dessa forma, no início de dezembro de 2004 numa tarde de trabalho no Palácio dos Bandeirantes, recebo uma ligação do então ex-ministro Clóvis Carvalho – que coordenava parte do programa de governo de José Serra. Carvalho perguntou se eu topava sair do Governo do Estado e ir para a Prefeitura. Eu respondi de pronto que tinha disposição, mas que era preciso conversar com o Madeira e com o Governador Alckmin.
Dois dias depois, foi a vez do próprio prefeito eleito entrar em contato comigo. Serra me ligou e formalizou o convite para que eu fosse o seu Secretário de Assistência e Desenvolvimento Social da Cidade de São Paulo, às vésperas do Natal, com o consentimento de Arnaldo Madeira e de Geraldo Alckmin.
Assumi o desafio no dia primeiro de janeiro de 2005 como secretário de Assistência e Desenvolvimento Social da Cidade de São Paulo com o compromisso de trabalhar pela população em situação de rua, pelas crianças que perambulavam pelos semáforos em situação de trabalho infantil e pela população mais pobre das periferias e das comunidades de São Paulo.
Pelos Direitos Humanos, sob orientação do Ministro José Gregori, pela diversidade em parceria com a Heloisa Gama Alves e o Cassio Rodrigo, pela igualdade de gênero e pela igualdade racial. E assim caminhamos. Caminhamos na perspectiva de fazer a diferença. Olhando hoje, de trás para frente, posso dizer que fizemos diferença na cidade de São Paulo e somos reconhecidos por isso até hoje.
E não sou eu que digo. São as pessoas. Sejam aquelas que trabalharam conosco na época, seja quem foi de alguma forma beneficiado pelos programas e políticas públicas que construímos na SMADS. Tive a honra de pertencer a uma equipe sob a liderança do então prefeito José Serra e do Secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira. Dois grandes gestores, dois grandes administradores, duas pessoas de competência reconhecida. Competência pública.
Montamos a equipe: a primeira pessoa, Maria do Carmo Brant de Carvalho, a professora Carminha. Uma das mais renomadas figuras da academia na área da Assistência Social, profunda conhecedora e nos ajudou, como secretária adjunta, a formular as primeiras políticas voltadas para o desenvolvimento social na cidade de São Paulo. Lembro bem, como é típico de pessoas extraordinárias, muito jovens, mas sob o comando de alguém com muita experiência que era a professora Carminha.
Eu, Paula Galeano, que também exerceu a função de secretária adjunta, Paulo Aguado meu chefe de gabinete, Anna Maria Azevedo, como coordenadora geral, Adriana Palheta, Ester Tarandach, Flávia Bonavigo, Laura Santucci, Lígia Pimenta, Marina Bragante, Renata Ferreira, Sonia Maria de Souza, Tatiana Amendola e Viviane Delgado.
Todas as minhas supervisoras de assistência social a quem eu faço uma homenagem em nome da Márcia Cassiana Rosa. Minha fiel escudeira mulher de fibra que sempre esteve ao meu lado me dando todo o apoio e suporte técnico.
Montamos um timaço. Não posso esquecer de citar Sandra Regina Gomes, que me ensinou como tratar a questão do envelhecimento. Tema tão relevante e tão importante ainda nos dias atuais.
Com esse timaço, nós criamos as mais importantes políticas sociais na cidade de São Paulo alicerçada em dois pilares.
O Programa São Paulo Protege, liderado pela destemida Adriana Palheta, que trabalhava com moradores em situação de rua, e com crianças em situação de trabalho infantil, nos mais diversos cruzamentos de São Paulo. Acolhemos e demos um novo destino para suas vidas com o trabalho incansável da assistente social Renata Ferreira. Havia mais de 12 mil pessoas em situação de rua. Acolhemos em 4 anos mais de 3 mil homens e mulheres, jovens e idosos que viviam nas ruas em situação de extrema vulnerabilidade social. Tiramos 4 mil crianças das ruas de São Paulo que faziam malabares, que vendiam bala e que limpavam o vidro do carro com a ampliação da escola e do pós-escola.
Em parceria com a Educação a Assistência conseguimos mais do que triplicar o número de vagas em centros de juventude para que as crianças pudessem ficar ocupadas no turno e no contraturno escolar. Isso foi feito a partir do direcionamento dos recursos que eram dados em esmolas nas ruas para o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente a partir do direcionamento fiscal de empresas e pessoas físicas.
Na outra ponta, criamos o programa “Ação Família: Viver em Comunidade”, liderado pela Ligia Pimenta e pela Marina Bragante. O primeiro e mais importante programa brasileiro que trabalhava com o binômio família e comunidade no território. Um programa que atingiu, no seu primeiro ano, 60 mil famílias que foram beneficiadas diretamente por uma ação articulada, intersetorial e transversal que incluía as secretarias da habitação, da saúde, da educação, do trabalho, da assistência da cultura e do esporte no território.
Aqui criamos o conceito inovador de trabalhar a família na sua integralidade – a partir das suas demandas – e oferecer múltiplas ofertas de serviços. Eu devo isso a duas mulheres que nos ajudaram a pensar e formular esse processo, a Professora Carminha e a Paula Galeano. Duas mulheres que estiveram ao meu lado nos momentos mais importantes da formulação das políticas públicas. Em nome delas, eu quero agradecer a toda equipe. Foi uma equipe de mulheres valorosas. Aprendi muito com elas. Aprendi a trabalhar ao lado das mulheres. Não na frente, mas ao lado.
Foi um período muito rico, talvez o mais rico da história. Aproveito para agradecer ao José Ramos, motorista responsável por eu conhecer cada esquina desta cidade.
Durante esse processo de formação e de implantação de políticas públicas, lembro que andamos por toda a cidade. Andamos por todos os 96 distritos da capital. Todas as subprefeituras em aliança com todos os subprefeitos, que foram muito parceiros. Quero agradecer a parceria que tive com os secretários da educação e da saúde. Mas, acima de tudo, quero agradecer a confiança que recebi do prefeito José Serra nessa jornada. Serra, meu muito obrigado pela confiança e pelo carinho.
Essa fase foi muito importante na minha jornada. Foi a partir desse trabalho, que, em 2008, disputei a minha primeira eleição, uma eleição dura e difícil. Eleição para vereador em São Paulo. Acho que é a eleição mais difícil que existe. Uma concorrência brutal, enorme. 55 vagas para mais de 2 mil candidatos. E ali estava eu disposto a enfrentar as urnas. Como estão vocês hoje, Eduardo Tuma e Daniel Annenberg.
Foi uma jornada incrível. Aprendi a fazer campanha. Aprendi que, você pede voto com humildade, com respeito ao eleitor e com paciência explicando aquilo que você fez e aquilo que você quer fazer.
E não é para você. Ninguém se ganha uma eleição sozinho, a gente ganha eleição juntos. Quando a gente tem, de fato, o povo do nosso lado, porque – de alguma forma – nós os convencemos de que nós somos bons representantes.
Nessa jornada eu não posso deixar de agradecer a um grande amigo e companheiro, que fez muita diferença nessa primeira eleição. Foi o Luís Sobral. Sobral foi o coordenador da minha primeira campanha. Ele ajudou a pôr de pé, desde a base, a organizar a vitoriosa campanha.
Também não poderia deixar de citar nessa jornada, o Felipe Sigollo, que também nos ajudou a pensar e coordenar a campanha. Felipe, que já tinha trabalhado comigo lá no Bolsa Escola, e ao meu lado no Palácio dos Bandeirantes, ainda como aprendiz de feiticeiro, voltava com tudo agora. Mais maduros e com mais experiência – agora – voltávamos com um mandato.
De 2009 a 2012, assumimos o mandato de vereador da cidade de São Paulo com o compromisso de trabalhar pela assistência social e pela educação com respeito a tudo o que havia aprendido com o ministro Paulo Renato e com a professora Gilda Portugal Gouvêa. Foi nessa época que também nos dedicamos a um campo mais exclusivo que era a educação inclusiva. A dedicação à educação inclusiva passou a ser um dos pilares do meu mandato.
E aqui quero fazer uma homenagem à família Almeida. A Eliana Almeida e a todos os seus filhos que me ensinaram e incentivaram neste caminho. E, também, a Fernanda Jimenez que nos inspirou na missão de incluir pessoas com deficiência.
Nós montamos um gabinete altamente especializado, técnico, com as presenças da Paula Galeano, da Marina Bragante, da Cristina Carmona, do Sandro Kuschnir, e do próprio Sobral, que se dispôs, nos primeiros meses, a nos ajudar como meu chefe de gabinete.
Um aprendizado mútuo. Todos nós aprendemos muito e amadurecemos politicamente. Durante o mandato não posso deixar de citar uma das pessoas mais importantes nessa fase da minha vida. Nessa fase inicial, que era a fase legislativa, depois de quase 14 anos como executivo público. E, agora, estava no Legislativo, ao meu lado, Mendy Tal, meu orientador e meu mentor político.
Uma pessoa muito especial, que me ajudou a compreender, que me ajudava a preparar os discursos, que me ajudava na análise política, numa visão mais ampla, mais profunda e com muito mais experiência. Não posso deixar de agradecer aqui o tal do Mendy Tal, que foi meu grande parceiro ao longo de dez anos de vida parlamentar.
A passagem para o Legislativo paulistano deixou marcas na cidade. Vários projetos importantes e várias articulações. Destaco aqui a lei municipal de resíduos sólidos, quando fui presidente da Comissão Especial de Meio Ambiente da Câmara de São Paulo. Lembro também da Lei que criou a Política Municipal de Educação Inclusiva. As leis que criaram as festividades judaicas no calendário oficial de eventos da cidade de São Paulo. A aproximação política e institucional da cidade de São Paulo com o Estado de Israel e com as instituições judaicas brasileiras.
As homenagens e os prêmios, nas áreas da educação, da assistência social e da cultura, como a lei que criou o Prêmio José Renato Levy de Cultura.
Também não posso me esquecer da atenção que demos à Primeira Infância e à inédita transparência durante meu mandato. Sobre isso quero agradecer, especialmente, a Carla Chiamarelli pelo incessante trabalho de promoção dos direitos das crianças e de seu desenvolvimento integral. Além disso, agradecer a Bruna Borghetti, fiel amiga, que fez o que hoje parece novidade: Deu total transparência aos números do mandato nos aproximando do eleitor.
Impulsionado pela avaliação da ONG Voto Consciente, que me deu o título de melhor vereador por dois anos consecutivos da Câmara Municipal de São Paulo, no final de 2012, decidi pela minha recondução, pela reeleição. Fui reconduzido pela população em 2013 com 10 mil votos a mais do que na eleição de 2008 chegando a quase 40 mil votos.
Foram dois anos de muita luta, já líder da minha bancada. Fui líder por quatro anos consecutivos entre 2011 e 2014.
O líder mais longevo da história da bancada do PSDB nessa Casa. E como líder do PSDB, em oposição ao então prefeito Haddad, e ao governo federal de Lula e de Dilma. Assumi também o papel informal de Líder da Oposição.
Era combativo. Discursava todos os dias mostrando as mazelas do governo Haddad. As mazelas dos governos petistas de Lula e Dilma. Formamos um grande bloco, uma grande ação política contra o aumento injustificável do IPTU, dentre outras medidas, e promovemos, respeitosamente, grandes debates nessa Casa, que culminou com o enfraquecimento político do Prefeito Haddad. Já no final de 2010 e início de 2014, um conjunto de pessoas das mais variadas origens me apelavam para deixar o mandato e alçar novos voos.
De vereador fui disputar uma cadeira na Câmara Federal porque era necessário uma voz firme e contundente pela ética. Uma voz que pudesse ecoar também em Brasília Dessa forma. decidi ser, mais uma vez, candidato em 2014, a deputado federal. Saí desta Câmara. para a Câmara Federal com a missão de ser uma oposição firme consistente e contundente contra o governo Dilma e suas mazelas, especialmente, na área econômica.
Mais uma vez, sob a coordenação dos meus principais parceiros, Mendy Tal, Luis Sobral, Sandro Kuschnir e Irineu Ferraz, e da minha parceira, Marina Bragante, enfrentei as urnas. Com o apoio do Daniel Annenberg numa enorme parceria de deputado estadual e federal, numa dobrada, como se chama. Rodamos o Estado inteiro levando a mensagem de dias melhores, a partir de uma atuação coerente, firme, honesta, decidida e responsável.
E assim o fizemos. E assim avançamos.
Em outubro de 2014. estava eleito deputado federal pelo estado de São Paulo com pouco mais de 114 mil votos.
Foi uma campanha incrível e de imensa mobilização e adesão. Fica o meu profundo agradecimento a todos que puderam colaborar com ela. Foram centenas de pessoas.
Para minha surpresa, em dezembro de 2014, recebo uma ligação do Palácio dos Bandeirantes. Era um domingo no final da tarde. Na linha o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin querendo falar comigo.
Eu não tinha ideia do que se tratava, mas sabia que só poderia ser coisa boa vindo de quem nutro profundo respeito, carinho e apreço. E não deu outra.
O governador, então, me convida para ser o seu Secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. Uma função extremamente relevante e importante, que poderia fazer diferença para o meu estado e para o meu povo. Sabia que teria um desgaste enorme, porque muitos acreditavam na minha voz em Brasília.
Era um dilema. Foi um dilema em toda essa jornada. Mas, acreditei que tivesse tomado a decisão mais correta e vim servir ao meu estado. Ao meu povo. ao lado de um homem digno e correto, que é o governador Geraldo Alckmin.
Licencie-me do mandato para que pudesse assumir, o então, deputado eleito suplente, Roberto Freire. Um homem igualmente digno e correto, por quem tenho profundo apreço. Roberto assumiu no meu lugar a cadeira em Brasília e eu assumi a Secretaria de Desenvolvimento Social. Foi uma jornada longa de quatro anos de imensas dificuldades financeiras e de equipe num momento diferente das vidas de todos nós. Um imenso desafio.
Mas assim o fizemos. Tive ao meu lado, novamente, o incansável Felipe Sigollo, que chamava de fiel escudeiro, uma das pessoas mais corretas, justas, trabalhadoras e dedicadas que conheci. É impressionante a capacidade de trabalho do Felipe. Tive, também novamente, o Mendy Tal e a Marina Bragante. Todos eles ajudaram. Foi ao lado deles que nós construímos essa nova e desafiadora jornada.
E aqui quero fazer uma homenagem especial à minha fiel companheira de todas as horas, que há mais de 10 anos já caminhava ao meu lado, a escudeira Marilda Soller, uma incrível mulher.
Esse foi o período talvez mais difícil da minha vida: ter o mandato de deputado federal e não poder exercê-lo por ter um compromisso com o meu estado e com meu governador. Mas, fiz. E fiz com lealdade, com responsabilidade e com muita dedicação.
Dias e dias, semanas e semanas, construindo políticas públicas e inaugurando equipamentos públicos. Trabalhando com idosos, com crianças e com adolescentes Cuidando das pessoas com deficiência, dos direitos humanos e da primeira infância com uma equipe incrível e aqui, mais uma vez, destaco o Felipe Sigollo, que foi meu secretário adjunto, Mendy Tal, meu chefe de gabinete e a Marina Bragante, também minha adjunta. Cito também a Gleuda Simone Apolinário, que trabalhou comigo num dos programas mais importantes naquele momento, o Recomeço de combate à drogadição e à dependência química.
Lembro da Rita Dalmaso que comandou com firmeza e retidão, ao lado de uma grande equipe de técnicos e nutricionistas, do maior programa de alimentação da América Latina, o Bom Prato.
Agradeço também à Lígia Rosa Pimenta no nosso trabalho com as famílias. Tatiane Magalhães, a Bezinha cuidando da nossa escola de formação. A Glaucia cuidando junto conosco da parte jurídica. E, também agradeço, ao Adilson um amigo, que me conduzia por todo o Estado. Parceiro de todas as horas junto com a minha equipe.
Lembro também dos dois gestores que cuidaram com primazia do enorme Programa Vivaleite, o atual Secretário de Desenvolvimento Regional do Governo Estadual, o talentoso Marco Vinholi, parceiro leal, e o competente Paulo Uehara. Ambos com a sensibilidade devida para tocar tal programa.
Minha equipe de jornalistas, em nome da Fátima Brito, minha fotógrafa, que está aqui hoje. A Galu está aqui tirando foto da gente. Agradeço também ao Fábio Cabral, meu mais novo fiel escudeiro, parceiro, amigo e profissional leal e competente. À Thalita Nascimento, assessora competente e de grande sensibilidade. Foram dias difíceis, mas de profundo trabalho e compromisso.
Nessa jornada, Daniel, fizemos muitas coisas juntos, tive o prazer de te apoiar mais uma vez na sua eleição. Sua primeira eleição para vereador da cidade de São Paulo. Fiz com muito gosto e com muita confiança. Como eu tenho hoje, profunda confiança e respeito pelo seu dedicado trabalho. Você teve participação em tudo isso.
Foram muitas pessoas que colaboraram com essa jornada. Queria ter sido mais conciso e falado menos, mas é impossível, porque é uma jornada de 30 anos, Eduardo Tuma, são 30 anos, e aqui não poderia deixar de agradecer, mais uma vez, a todas e todos que fizeram parte dessa longa jornada.
Agora, eu quero agradecer às pessoas com quem eu divido hoje a minha vida profissional. Quero agradecer ao Sebrae Nacional, ao presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Sr. José Roberto Tadros, ao seu chefe de gabinete, Dr. Evandro Nascimento com quem, ainda hoje, aprendo muito. A todos os meus colegas do Sebrae.
Aqui está a Mônica Sodré, que é a diretora executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – a RAPS. Uma organização que nos dá muito orgulho e esperança de dias melhores.
Quero agradecer também a Organização dos Estados Ibero-Americanos, a OEI, na figura de seu diretor Raphael Callou. O trabalho da OEI no Brasil é de extrema relevância nos campos da educação e da ciência.
Novamente quero agradecer a todos aqueles com quem tive a oportunidade de estar junto nessa jornada. Aqueles com quem aprendi muito, em especial, o governador Geraldo Alckmin, o governador José Serra e o prefeito Gilberto Kassab com quem tive a oportunidade de trabalhar por longos e intensos dois anos.
Aprendi muito, afinal.
Arnaldo Madeira, Paulo Renato Souza em memória, e todos os meus professores e todos os meus colegas. A todos vocês o meu muito obrigado.
Que essa jornada possa continuar das mais diversas formas, mas que eu possa continuar amando o que eu faço. Amando a minha cidade a quem devo muito e onde eu aprendi muito: a cidade de São Paulo. Vivendo e aprendendo com humildade e dedicação. Hoje me sinto honrado com esse reconhecimento público, da minha cidade e da nossa Câmara.
Muito obrigado a todas e a todos pela oportunidade dessa noite.
Floriano Pesaro
Sociólogo.”