Floriano Pesaro, sociólogo.
Mais uma vez, estamos reunidos em festa para celebrar a passagem de Pessach, tão simbólica para nosso povo. Essa celebração é a própria representação da luta pela liberdade de ser quem o é e de viver da forma que melhor convir. A liberdade do ser, no entanto, requer – considerando que, ainda hoje, o mundo não é harmonioso como desejamos – um lugar seguro, como uma casa, onde todas e todos são bem-vindos. E essa nossa casa, é a Hebraica.
Pessach chega, neste ano, conosco cada vez mais livres do mal pandêmico que nos cometeu – cada vez mais nos sentimos livres dos necessários, mas cansativos, cuidados e restrições que a pandemia nos impôs. Que Hashem permita que tenham ficado definitivamente para trás.
É nesse contexto que retornamos ao nosso querido clube, à casa de todos nós, que é a Hebraica. O clube tem, pelo menos, dois papéis objetivos do ponto de vista social: a possibilidade do encontro seguro e harmonioso e a manutenção da cultura e dos costumes do nosso povo com a prática diária do Ledor Vador.
O primeiro papel é exercido com competência e dedicação pelas centenas de funcionários e pela dezena de diretores e conselheiros que prestam tempo de suas vidas à dedicação pela comunidade, aqui os represento na figura do presidente Fernando Rosenthal. É notável, nas celebrações de Pessach que teremos pelo clube, a qualidade dos serviços prestados e das instalações mostrando o compromisso com a comunidade.
Já o outro papel da Hebraica é sagrado e está ligado ao exercício diário de uma mitzvá que é a manutenção e a transmissão dos preceitos judaicos através das diferentes gerações no tempo. Seja na sinagoga, ou na prática das danças israelenses, ou mesmo agora, celebrando o Pessach, a Hebraica cumpre fielmente seu papel em manter viva a nossa comunidade através dos ensinamentos e da nossa tão rica História.
De geração em geração, a Hebraica, cumpridora de seu papel comunitário, nos faz sentir, a cada dia, o prazer e as responsabilidades da liberdade, de modo que dela, como nos ensina a passagem de Pessach, nunca devemos nos afastar ou abrir mão.
Não se trata da liberdade indiscriminada, que falsos profetas, aqui ou ali advogam. Liberdade para odiar e para machucar o outro não é a liberdade de Pessach, nós sabemos bem disso. Pessach nos traduz a a passagem da escravidão para a vida plena em direitos, tanto de existir, quanto de coexistir com os diferentes.
Que este sêder de Pessach, encorajem nossos corações a lutarem por uma sociedade mais justa, humana, democrática e livre.
Chag Pessach Sameach!