Em mais um ano, em comemoração ao mês da pequena indústria, nos reunimos na nona edição deste já tradicional e esperado evento organizado com maestria pela Fiesp.
A despeito do cenário atual não ser dos mais estimulantes para o setor, sabemos que atitude empreendedora é o motor do aquecimento industrial do país. Por isso, devemos continuar fomentando as políticas industriais permanentes e efetivas para estimular a inovação tecnológica, investimentos em setores estratégicos e atenuar os efeitos das deficiências do ambiente competitivo na indústria.
Mas a via é de mão dupla, e neste cenário cabe também à pequena indústria ampliar e melhorar o processo e as ferramentas para aprimoramento dos resultados e custos da sua empresa.
O Congresso de hoje é uma excelente alternativa para ampliar esta visão. Vamos buscar, ainda, entender o papel da Cooperação Produtiva para a ampliação destes resultados.
A pequena indústria em números:
De acordo com pesquisa realizada publicada em 2013 pelo Sebrae, as pequenas e micro empresas do estado de São Paulo mostraram crescimento de apenas 2% no faturamento real (já com desconto de inflação) no período de janeiro a dezembro de 2013, na comparação com o ano anterior.
Em relação ao crescimento de setores, a maior alta foi representada pelo comércio, atingindo 4,3%. Em segundo lugar encontra-se o ramo de serviços, com alta de 1%.
Entretanto, o cenário da indústria teve economia reduzida em 3,4% na receita anual, no ano de 2013. Este período foi o primeiro ano com baixo faturamento desde 2009, ano representado pela crise internacional.
Frente Parlamentar em Defesa das Microempresas, das Empresas de Pequeno Porte, dos Micro empreendedores individuais e das Cooperativas:
Continuamos atuando na Câmara Municipal de SP no sentido de fomentar a inovação e reverter positivamente os números da indústria em nossa cidade.
Instituída em 2009, por minha iniciativa, a Frente Parlamentar em Defesa das Microempresas, das Empresas de Pequeno Porte, dos Micro empreendedores individuais e das Cooperativas tem por objetivo:
Acompanhar políticas públicas que visem à organização, ao desenvolvimento e ao fortalecimento das microempresas e cooperativas no município, com menos burocracia e mais agilidade.
Propor critérios de análise da carga tributária e políticas de microcrédito e financiamento de máquinas, equipamentos e insumos às microempresas.
Sugerir a implantação de processo de inovação tecnológica permanente, em sintonia com o mercado.
Propor formas de aprimoramento de aprendizagem, estimulando parcerias com universidade e empresas de médio e grande porte.
Trabalhar pela implantação de novos arranjos produtivos a fim de agilizar a criação de postos de trabalho incluindo a área da cultura, esporte e lazer, conforme recomendação da ONU/UNESCO.
Analisar a viabilidade de criação de condomínios empresariais para microempreendedores individuais e de incubadoras para as micros e pequenas indústrias.
Sugerir formas compatíveis do processo produtivo dessas micro e pequenas empresas com o respeito ao meio ambiente.
Elevar a competitividade do setor industrial é fundamental para acelerar o desenvolvimento econômico do país.
Por isso, no dia de hoje, vamos, sim, lembrar-nos do exorbitante “Custo Brasil” e da sobrevalorização do Real desde 2012, que também têm importante contribuição para as dificuldades da política industrial atual.
Contudo, deixemos claro que o setor primário vem fazendo a sua parte, estimulando o desenvolvimento econômico social do país, por meio da inovação tecnológica.
Sabemos que nunca foi fácil investir e inovar em um cenário de intranqüilidade econômica, juros altos e moeda instável. A indústria é por essência um ramo onde o investimento é caro e o retorno lento. Porém, a situação tem se tornado menos inóspita com a relativa estabilidade da moeda, embora os juros continuem a ser um grave fator de desestímulo.
Sobretudo a partir de 1998 a cultura da inovação logrou introduzir-se em alguns estamentos da indústria brasileira e o próprio Estado esboçou uma política – a meu ver bem sucedida – de apoio às atividades de Pesquisa e Desenvolvimento que incluiu a criação de fundos e legislações mais de acordo com o cenário contemporâneo brasileiro.
Para promover um cenário cada vez mais fecundo é que iniciativas como as de hoje são fundamentais.
As micro e pequenas indústrias paulistanas devem ser apoiadas não só pela Fiesp, Sebrae – que o fazem de maneira muito competente – mas também pelo poder público, através de políticas de fiscais específicas, promoção de crédito e capacitação da mão de obra (vale ressaltar as ETEC, grande diferencial de São Paulo no que se refere ao oferecimento de mão de obra qualificada).
Investir e apoiar as micro e pequenas indústrias é ter uma visão de futuro, uma visão concreta de solução para promover o crescimento efetivo, sólido e continuo da cidade de São Paulo.