PL 720/2013

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PROJETO DE LEI 01-00720/2013 do Vereador Floriano Pesaro (PSDB)

“”Denomina passarela Francisco Gotthilf o logradouro público inominado compreendido na saída norte do túnel Takehara Akagawa, que passa sob a praça Dom Gastão Liberal Pinto, situado no complexo viário da Avenida São Gabriel, no Distrito do Itaim Bibi, e dá outras providências.”

A Câmara Municipal de São Paulo D E C R E T A:

Art. 1º Fica denominada passarela Francisco Gotthilf o logradouro público inominado compreendido na saída norte do túnel Takehara Akagawa, que passa sob a praça Dom Gastão Liberal Pinto, situado no complexo viário da Avenida São Gabriel, no Distrito do Itaim Bibi.
Art. 2º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Sala das Sessões, às Comissões competentes.”

 

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JUSTIFICATIVA

O presente projeto de lei tem por objetivo denominar a passarela Francisco Gotthilf o logradouro público inominado localizado no Distrito do Itaim Bibi.
A denominação do Viaduto com o nome de Francisco Gotthilf é de extrema importância para a cidade de São Paulo. Francisco Gotthilf deu inicio, junto a seu pai, à “Hora Israelita”, um programa de rádio transmitido na hora do almoço.
Na rádio estabelecia-se o contato do “mundo em guerra” com a comunidade local e cultivava não só as tradições judaicas como as culturais e- informativas, transmitindo ao público ouvinte a apresentação da história judaica, e tornando- se sinônimo de competência e um referencial para a nossa comunidade.
Considerando o grande renome que Francisco Gotthilf tem na comunidade judaica, a denominação da Passarela com seu nome trará um reconhecimento diferenciado a este homem, que sempre perpetuou as tradições e a história do povo judeu.
Gotthilf ofereceu aos seus ouvintes uma transmissão inovadora e bem elaborada, onde todos, não só os pertencentes à comunidade judaica, aprendiam novos fatos sobre a cultura e a história do povo judeu.
Falecido no dia 27 de maio de 2012, aos 88 anos de idade, Francisco Gotthilf nasceu na cidade de Breslau, na Alemanha, e veio para o Brasil junto com os seus pais no ano de 1938. Foram dois meses de viagem para chegar ao nosso país. Franz Hermann Gotthilf, foi naturalizado brasileiro e passou a – ser conhecido como Francisco Gotthilf ou “Seu Mosaico”.
Após o falecimento de seu pai, Gotthilf – para escapar do risco de seu programa ser cancelado, devido a proibição que havia aos programas étnicos -, alterou a denominação do programa de “Hora Israelita” para “Programa Mosaico”.
Francisco Gotthilf produziu por duas décadas o seu programa nas rádios Piratininga, Tupi, América e Mulher, e também na rádio Mosaico, conhecida como a “Porta Voz” da coletividade israelita.
No ano de 1961, o grande mestre da rádio chegou à conclusão de que deveria expandir o seu trabalho para um meio de comunicação mais moderno, e assim, em 16 de julho de 1961, nasceu “Mosaico na TV”. O programa foi ao ar na TV Excelsior, aos domingos e marcou presença.
Um diretor da TV Excelsior não simpatizava com o programa Mosaico e cortou a apresentação. Francisco Gotthilf passou então para TV Cultura, no período em que pertencia à “Associadas”, e quando esta fechou, foi transferido para a TV Tupi, onde Boris Casoy começava sua carreira.
Alguns anos mais tarde, Seu Mosaico deixou a TV Tupi e foi para a TV Gazeta, onde apresentou o seu programa por mais de 30 anos.
O programa “Mosaico” comemorou mais de 45 anos de programações semanais ininterruptas, e tornou-se o programa de televisão mais antigo no ar no Brasil e no mundo afora.
Tendo como subtítulo, ou mesmo filosofia de trabalho, o nome de “Janela da Coletividade Israelita”, Francisco Gotthilf buscava uma apresentação correta do que são: o povo judeu, a nação israelense e a comunidade judaica do Brasil.
Afinal, o programa é uma janela, que serve para olhar de fora para dentro, e de dentro para fora.
Seria exaustivo citar quem já esteve no Mosaico, mas apenas dando alguns exemplos, participou do programa: David Ben Gurion, os presidentes brasileiros João Figueiredo, Jânio Quadros, Fernando Henrique Cardoso, o inesquecível Albert Sabin, o primeiro Ministro de Israel Y. Rabin, Mikhail Gorbachev e esposa.
São mais de 2000 programas, com reportagens realizadas em Israel, em várias partes do Brasil, na Alemanha, na União Soviética, na Checoslováquia, e em outras
partes do mundo. O correspondente do Mosaico em Jerusalém, foi Emanuel Corinaldi, falecido há poucos anos, è hoje Mosaico de Israel é apresentado por Camila Adoni.
O “Mosaico na TV” sempre buscou manter um nível alto, em termos de informação, cultura, tecnologia, arte e intercâmbio. Em 2004 o programa se transferiu da TV Gazeta para o Canal 21, do Grupo Bandeirantes. E, permaneceu no canal (agora denominado “Play TV”) até o seu falecimento, em 27 de maio de 2012.
Francisco Gotthilf sempre foi reconhecido pelo seu trabalho: recebeu o Título de Cidadão Paulistano em 25 de abril de 1996, e em maio de 1997, uma homenagem do fundo de Solidariedade de São Paulo, através da Sra. Lila Covas, pelos serviços prestados à cidade.
Na vida social desempenhou inúmeras atividades no período de 1940 até 2012. Em 1942, Gotthilf era Chefe-Escoteiro do grupo Avanhandava ligado à Congregação Israelita Paulista; foi cofundador do jornal Resenha Judaica; três vezes eleito Secretário do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein; Diretor e Conselheiro de várias Entidades da Comunidade; foi Presidente da Associação Beneficente e Cultural Bnai Brith de São Paulo e também, foi representante dessa entidade no Conselho Internacional.
Francisco Gotthilf era um representante oficial da comunidade judaica paulista, que participou do fortalecimento do judaísmo e ajudou na preservação da continuidade dos valores e tradições judaicas, sempre liderando e prestando serviços em prol da coletividade da comunidade paulistana.
Os fatos acima demonstram a importância desta homenagem destinada a preservar’ a história de nossa cidade. Dessa forma, justifica-se a importância desta denominação. Pôr sua extrema dedicação às ações culturais, em justa homenagem, pretende o proponente o apoio dos nobres vereadores.

 

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