Amigas e amigos, compartilho com vocês o mais recente artigo publicado na Tribuna Judaica escrito por mim e pelo Vereador Daniel Annenberg sobre o papel que o acesso à internet vêm exercendo em tempos de pandemia.
Por uma internet para mais pessoas
Imersos num cenário de incertezas, fake news, acirramentos políticos, reabertura de economias pós pandemia, muitos de nós estamos mentalmente fatigados com tantas notícias ruins. Para fugir deste cenário, buscamos contato com outras pessoas, outros assuntos e procuramos mergulhar em outros temas mais confortantes, ainda que temporários. O que não muda é o meio pelo qual nos chegam as notícias estressantes e os assuntos que nos aliviam: a internet. A pandemia suscitou novamente debates sobre um enorme contingente populacional que ainda não tem acesso a internet e, neste contexto de afastamento social, se vê ilhado e impedido de estudar, trabalhar e exercer demais atividades cotidianas.
Com a suspensão das aulas presenciais em quase todos os países do mundo, 1,3 bilhão de estudantes estão hoje utilizando alguma forma de ensino remoto. Como o acesso à internet ainda não é universal, principalmente nos países em desenvolvimento, não faltaram notícias sobre pessoas sofrendo com falta de conectividade ou com a falta de equipamentos adequados para acessar a rede mundial de computadores. No Brasil, segundo a TIC Domicílios 2019, um quarto dos brasileiros e brasileiras continuam totalmente desconectados.
São 47 milhões de cidadãos e cidadãs cerceados no seu direito de utilizar um território que expandiu as fronteiras do fazer e do saber humanos.
Para reduzir essa profunda e injusta desigualdade, o único caminho é retomar e reforçar a política de inclusão digital no Brasil. Não se trata de política pública acessória. Estamos percebendo – tanto com o exemplo do ensino remoto, quanto do acesso ao Auxílio Emergencial decorrente da Covid-19 – que a inclusão digital é direito do cidadão e dever do Estado. Numa sociedade tão globalizada e digitalizada como a nossa, não se pode falar mais em inclusão social sem inclusão digital.
Enquanto Secretário Municipal de Tecnologia e Inovação de São Paulo, Daniel Annenberg, que aqui também vos escreve, fez sua parte, ampliando a rede “WiFi Livre” de 120 para 360 pontos (até o final de 2020). Com a expansão do wifi público procuramos promover a primeira fase de toda política pública de inclusão: o oferecimento de acesso ao bem – no caso, à internet – à população que reside ou circula pela cidade de São Paulo.
Mas, oferecer acesso não basta. É preciso também qualificar o uso que as pessoas fazem da internet – a segunda fase das políticas públicas de inclusão. Tendo isso em vista, quando na Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia, Daniel Annenberg manteve e melhorou a rede de telecentros, que hoje tem 131 unidades, com mais de 4 milhões de acessos nos últimos três anos. Os telecentros são equipamentos localizados principalmente nas regiões mais vulneráveis da cidade e possibilitam não apenas o acesso livre à internet, mas também a alfabetização digital daqueles que precisam aprender a enviar um email, redigir um currículo ou fazer uma planilha. Também para promover a qualidade no uso da internet foram mantidos 12 FabLabs, espaços em que as pessoas podem aprender fazendo.
A nós, portanto, cabe entender o papel social e de direito da internet, ampliando seu acesso. Não podemos mais admitir que uma parte tão grande da população brasileira siga privada de exercer plenamente a sua cidadania, seja em função das restrições de acesso à internet, seja em razão da falta de habilidades no uso de computadores.”
Floriano Pesaro
Daniel Annenberg
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