Cena do espetáculo – Nem todo ladrão vem pra roubar. Foto: Divulgação
LEANDRO CHAVES
DA TV CÂMARA
Um ladrão tenta assaltar uma casa de classe média alta, mas acaba surpreendido pelo dono da residência e sua amante, que pensam que ele é um espião a serviço da esposa. Pronto, a confusão se instalou.
Foi desse jeito, em cima do palco, que o grupo teatral Commune Coletivo comemorou seu aniversário de 11 anos, em cerimônia realizada na noite desta terça-feira (17/9).
Nem todo ladrão vem pra roubar é uma farsa típica. Mostra os ricos agindo sem ética e os bandidos como trabalhadores, honestos e dignos. Eles são até sindicalizados e com carteira assinada.
“Eu faço uma amante, que está escondida dentro da casa do deputado. Aí vai chegar a esposa do deputado, vai chegar o marido da amante, vai chegar muita gente. Estamos todos numa enrascada”, explica a atriz Michelle Gabriel, participante do grupo.
Criada em 2003, a Comunne Coletivo realiza espetáculos teatrais de palco e rua. Também desenvolve projetos culturais e sociais em parceria com comunidades, empresas e o poder público.
“A gente vem fazendo um trabalho muito grande de resistência, de luta de manutenção de um espaço público, de porta pra rua. Todas as pessoas têm acesso a preços muito baixos. Nesses 11 anos criamos uma série de projetos e programas com jovens. Teatro cidadão, que envolve garotos, jovens de baixa renda do centro, e esses garotos participam de oficinas de máscara, circo, dança e montam o espetáculo no final”, comenta o ator e diretor Augusto Marin.
Logo após o espetáculo, o teatro ganhou de presente uma Sessão Solene para homenagear o grupo. O evento contou com a presença do presidente da Câmara, José Américo (PT).
“É uma homenagem muito bem colocada pelo vereador Floriano Pesaro (PSDB) para homenagear um teatro comunitário, que vive mantido pelos próprios atores, voltados a experimentação artística e oferece espetáculos a preços populares. Isso é uma coisa muito importante”, elogiou José Américo.
Nem todo ladrão vem pra roubar é mais um jeito criativo encontrado pelos artistas para mostrar que o mundo não está separado entre bons e maus, mas que esses conceitos se misturam, em todas as classes sociais. Ou seja, a vida é mais complexa do que meras divisões entre “ricos bons” e “bandidos maus”.