Floriano Pesaro chegou a afirmar que o Brasil “ainda não é a Venezuela, ainda que o PT queira que seja assim”
Foto: Alan Morici / Terra
O líder do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, Floriano Pesaro, responsabilizou o prefeito da capital, Fernando Haddad, pela depredação na Casa após a votação do Plano Diretor Estratégico ser adiada. Centenas de manifestantes jogaram pedras e paus na Câmara, além de queimarem pneus e banheiros químicos durante discussão sobre o tema no local, no centro da cidade. A votação do Plano Diretor foi mais uma vez adiada e deverá ocorrer nesta quarta-feira, às 10h.
“O primeiro a estimular essa truculência foi o prefeito Haddad, ao subir num carro de som na porta da prefeitura e dizer a esses supostos manifestantes para virem para porta da Câmara para pressionar os vereadores da forma que fosse para aprovar o Plano Diretor”, acusou Pesaro.
O petista Paulo Fiorillo defendeu o partido e disse ser inadmissível e irresponsável as afirmações do tucano. “O prefeito dialogou com os movimentos, como deveria ter sido feito, e disse que, se o plano fosse votado, facilitaria a vida dos que discutem moradia popular. Não entender isso é querer apagar os princípios da democracia. Por que ocorreu a violência? Porque fizemos um debate por sete meses. Era possível aprovar e continuar o debate, mas a oposição optou por um outro caminho. Acho que a irresponsabilidade foi da oposição, pela forma de conduzir a obstrução”, disse Fiorillo.
Pesaro acusou manifestantes que subiram no plenário de ter ligações com vereadores petistas, e disse que chegou a ser ameaçado por vários deles durante as discussões. “Vimos o tamanho da pressão, com movimentos organizados e liderados por partidos políticos. É só verificar quem são as pessoas que estiveram aqui para ver que têm ligação com o Partido dos Trabalhadores, inclusive a alguns vereadores”, acusou Pesaro.
“Ainda não estamos na Venezuela, ainda que o PT queira que seja assim. Não vamos permitir que seja dessa forma. A sala da liderança do PSDB foi destruída por manifestantes que sabiam onde era a sala. Eram movimentos organizados liderados por partidos políticos como o PT”, disse.
Em nota, a Bancada do PT repudiou as declarações da oposição. “Se houve qualquer responsabilidade, foi da própria oposição que, de todas as maneiras possíveis, obstruiu o andamento da discussão usando artifícios para impedir o debate do texto do projeto”, diz o texto.
“O Plano Diretor Estratégico foi debatido durante sete meses em audiências públicas, de onde foi construído um parecer que foi votado por unanimidade na Comissão de Política Urbana, na semana passada. Se a oposição não tivesse agido da maneira como agiu, nenhum tumulto, violência ou depredação teria acontecido”, afirma o comunicado.
Na nota, o PT também afirma que ” dialoga permanentemente com os movimentos populares, em especial, com os que lutam por moradia”. “Repudiamos também a violência, a depredação e atos de vandalismo ocorridos na porta da Câmara Municipal. Toda manifestação é legítima, desde que seja pacífica e dentro dos limites da conduta civilizada.”
Thiago Tufano