Os valores judaicos na gestão pública
Floriano Pesaro
Às voltas das nossas grandes festas, nos vemos refletindo sobre realizações, aprendizados e desejos que os ciclos da vida nos proporcionam. Todas elas pautadas nos preceitos judaicos e nos valores da nossa comunidade que perpassam, além de gerações, todas e quaisquer profissões, inclusive aquelas voltadas às pessoas e ao coletivo, como as funções públicas.
Nossa Eretz Israel, enquanto Estado-Nação, moderno, criativo e pujante, exemplo de democracia participativa, representa para os judeus a terra prometida fundada sobre os mais profundos preceitos e valores da Torah. É por isso que Israel ostenta alguns importantes títulos: única democracia do Oriente Médio com um Parlamento diverso; resguardo das liberdades individuais; forte atenção pública ao bem-estar e à justiça social; e imenso fomento à inovação, à tecnologia e à inclusão digital. Por isso, quando pensamos em gestão pública eficiente, aqui no Brasil, temos, sem sombra de dúvidas, nossa referência em Eretz Israel.
Assim, Daniel Annenberg, nosso vereador, guiado pelos preceitos judaicos e inspirado pelas melhores práticas vindas de Israel vem atuando publicamente pautado na ética, na defesa da democracia, na inovação e com um profundo olhar social. Na pasta da Inovação e Tecnologia da Prefeitura de São Paulo, trabalhou para tornar a cidade mais digital, transparente e acessível a todas e a todos. Com a implantação do “Descomplica SP”, trouxe o “Poupatempo” – que criara anos atrás no estado – para a capital paulista levando dezenas de serviços públicos municipais ao alcance de milhões de paulistanos. Além disso, enxugou a burocracia da gestão e tornou radicalmente transparente as ações públicas ao digitalizar 99% dos processos internos da Prefeitura. Novamente, motivado pelo exemplo israelense em pioneirismo na tecnologia, triplicou o número de pontos gratuitos de acesso ao Wi-Fi pela cidade.
De volta ao parlamento paulistano, Annenberg se firmou no propósito de trazer São Paulo para a agenda das cidades inteligentes – pioneira no Brasil, mas largamente implantada em Israel. Essa agenda prevê exatamente o que nos traz a experiência israelense: inovação, criatividade e transparência. Por isso, na Câmara Municipal, Daniel aprovou a Lei de Linguagem Simples, da qual falamos na edição anterior desta TRIBUNA, além de colocar em discussão no Legislativo paulistano duas das importantes pautas da nossa contemporaneidade, os Projetos de Lei da transparência de dados e de negócios de impacto.
Enquanto representante da nossa comunidade no Parlamento Municipal, sabemos que Annenberg se reporta aos valores judaicos e tem consigo o exemplo israelense, por isso, estimula a participação cidadã nos debates públicos, respeita a diversidade, defende os direitos humanos e inova na gestão pública a tornando mais transparente, acessível e digital. É fundamental, portanto, essa quebra com a cultura que pratica o desmonte e a construção de políticas públicas sem empirismo por meros interesses políticos, muitas vezes mesquinho e retrógrados. Não há prejuízo, muito pelo contrário, que o gestor público e o legislador se pautem em boas experiências praticadas noutros lugares, resguardadas as especificidades culturais e burocráticas de cada local.
É por isso que a presença de Daniel Annenberg na Câmara Municipal, não só nos representa enquanto comunidade judaica, mas também é portador dos nossos preceitos e valores na gestão pública e no debate político democrático. Precisamos, portanto, resguardar que a Tsedaká e a Tikun Olam continuem ocupando assento no legislativo da nossa querida capital.
*Sociólogo e ex-deputado federal