O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, telespectadores que nos acompanham pela TV Câmara São Paulo e nobre Vereador Toninho Paiva, a quem agradeço pela cessão de metade de seu tempo. Venho, de forma absolutamente respeitosa, trazer uma reflexão a respeito do que eu considerei a consolação de nosso Presidente da República, Lula, que, ao consolar sua candidata pelo percalço eleitoral, ter-lhe-ia dito que “não é fácil obter 50% de votos do povo brasileiro no primeiro turno”. De fato, não tem sido fácil para o PT…
Esta reflexão mostra que, em 2002, os eleitores duvidaram das promessas de Lula, ao mudar totalmente seu programa partidário e adotar as diretrizes do Presidente Fernando Henrique Cardoso, e que, por isso mesmo, precisavam de maiores garantias, que fossem além da Carta ao Povo Brasileiro, que já era uma garantia.
Mas, como as mudanças de comportamento e programática eram muito profundas em relação àquilo que se falava e àquilo que se pretendia como governo – diferente daquilo que se falava como oposição -, então, era necessário serem dadas maiores garantias e, dessa forma, em 2002, fomos para o segundo turno para que pudéssemos ter um debate mais aprofundado e mais sério. Por isso, a população brasileira quis o segundo turno.
Em 2006, aconteceu algo similar: a população suspeitava do envolvimento do Presidente da República nos desmandos daquele momento, especialmente relativos à questão do “mensalão”. Daí a necessidade de um segundo turno esclarecedor para mostrar os fatos, separar o joio do trigo e saber o que de fato havia ocorrido ali, fruto das denúncias na Casa Civil da Presidência da República. Não havendo provas, os votos negados no primeiro turno voltaram com folga. Agora, o mesmo ocorre, mas com outra motivação. O candidato não é Lula, mas Dilma, uma estranha na política e com pouca vivência, mesmo dentro do PT. Mesmo nas bases desse PT, certamente desfigurado do ponto de vista das suas origens.
O Brizola tinha Dilma como uma “funcionária oportunista”. Suas relações com a sua sucessora na Casa Civil ainda parecem tão misteriosas como seu passado.
E, para terminar, se o Lula tem sido um excepcional Presidente, não tem tido a mesma sorte em suas escolhas partidárias. Ao contrário; algumas foram verdadeiramente desastrosas! Motivo de sobra para um segundo turno, não? Acreditamos seja a principal motivação nesse momento para que o povo brasileiro optasse por um segundo turno no Brasil.
O trabalhador comum só dispõe de poucos dias para se informar sobre as eleições. E, no primeiro turno, os marqueteiros encobrem virtualmente seus candidatos. Por isso, o segundo turno com o confronto direto entre as principais propostas dos principais partidos – o PT e o PSDB – é fundamental.
A tentativa de impor aos eleitores um falso plebiscito entre candidatos inexistentes como Fernando Henrique Cardoso e Lula, bem como eliminar o segundo turno, é vista como manobra de desinformação pelos eleitores. Essa tática da campanha petista de se realizar um plebiscito não deu certo.
Aliás, deveria acontecer o que aconteceu de fato. Foi condenada pelas urnas, à medida que a terceira colocada – a Senadora Marina Silva – obteve quase 20% dos votos válidos do Brasil. Mostrou que o brasileiro não queria um plebiscito, mas, sim, uma discussão baseada em programa e propostas e, acima de tudo, em visão de futuro.
Por tudo isso, a campanha de “Serra é do bem” passou a crescer na hora certa, enquanto a de “Quem é Dilma?” decresce no momento mais dramático das eleições. Um eleitor muito mais informado, uma classe média amplificada pelo próprio lulismo, um Brasil com auto- estima elevada e com mais responsabilidade na comunidade mundial, além de maior senso de responsabilidade nos debates no Brasil, farão com que o País possa escolher, de fato e de verdade, quem é a melhor pessoa, quais os melhores projetos para o Brasil continuar crescendo com mais responsabilidade e abrangência a nível nacional e internacional.
Muito obrigado, Sr. Presidente.